Vítimas de queimaduras de ataques do Hamas são tratadas com abacaxi

Centenas de vítimas de queimaduras nas casas incendiadas pelo Hamas, no ataque a Israel de 7 de outubro, foram tratadas com abacaxi.

Sim, abacaxi, cujo caule, geralmente descartado, contém bromelaina e enzimas que quebram o tecido danificado ou morto, “comem tudo que não está vivo”, e em quatro horas o tratamento é concluído.

O professor Josef Haik, diretor da Unidade Nacional de Tratamento Intensivo de Queimados do Sheba Medical Center, o maior hospital de Israel, encontrou uma forma de isolar e desidratar as enzimas do abacaxi, antes consideradas inadequadas porque evaporaram rapidamente. Daí foi criado o gel NexoBrid, da empresa israelense MediWound, aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA, no ano passado.

A MediWound isolou e desidratou as enzimas do abacaxi para que só sejam ativadas quando misturadas com líquido e imediatamente aplicadas à pele. A revista israelense de inovações, NoCamels, explica: “Os médicos simplesmente aplicam o tratamento topicamente em feridas de queimaduras de primeiro ou segundo grau, que afetam a primeira ou a segunda das três camadas principais da pele (epiderme, derme e hipoderme). Após a conclusão do tratamento, basta limpar a ferida.”

“Quando a pele é queimada, ela se torna essencialmente um tecido morto ou uma substância que a enzima sabe como dissolver”, disse o professor Haik à revista digital NoCamels. Ele acrescentou: “Hoje, o uso do NexoBrid não apenas evita que os pacientes sejam submetidos a cirurgias desnecessárias, mas também ajuda os médicos a determinar se precisam operar depois de esperar apenas algumas horas, e não semanas. Alguns pacientes, entretanto, precisam se submeter a um enxerto de pele mesmo após o tratamento com a pomada, pois suas queimaduras são muito profundas e levariam muito tempo para cicatrizar sem ajuda.”

O professor Haik prestou consultoria no desenvolvimento inicial da pomada NexoBrid, que revolucionou o padrão de tratamento de queimaduras. Os hospitais teriam de esperar várias semanas para determinar a quantidade de tecido morto e ressecado de um ferimento de queimadura antes de operar para removê-lo. “Mas essa cirurgia de desbridamento”, ele explica, geralmente resulta em perda de sangue que, em alguns casos, pode ser fatal.”

Fonte: Band.com.br