Empresa de cibersegurança israelense recebe Prêmio de Inovação Industrial para a “Tecnologia Industrial Mais Inovadora para a Internet”

A ThetaRay ajudará a proteger os dados processados na plataforma em nuvem Predix, da General Electric.

A GE (General Electric) está entrando no mercado de soluções em nuvem – e está levando consigo a empresa israelense de cibersegurança ThetaRay.

Após investir $10 milhões na ThetaRay no ano passado, juntamente com diversos parceiros, a GE concedeu à companhia o Prêmio de Inovação Industrial para a “Tecnologia Industrial Mais Inovadora para a Internet” em sua recente conferência Mentes e Máquinas, realizada em São Francisco.

A tecnologia ThetaRay, afirmou a GE, será utilizada em sua plataforma de big data para desenvolvimento industrial e de negócios em nuvem, chamada Predix.

Segundo Mark Gazit, CEO da ThetaRay, “o nosso relacionamento com a GE tornará possível a muitas outras empresas industriais beneficiarem-se de nossa solução revolucionária. Nos sentimos honrados em receber esse prêmio, e orgulhosos de fazermos parte do ecossistema Predix.”

A plataforma Predix da GE oferece aplicativos a empresas, os quais possibilitam que elas processem dados baseados em nuvem para analisar informações, ajudando-as a utilizar big data para economizar dinheiro e tempo. O site de notícias financeiras The Street citou Bill Ruh, Vice-presidente de software global, o qual mencionou em uma conferência em junho que a GE pretende ser a “empresa industrial da próxima geração, a qual terá como competência central” a habilidade de unir os mundos físico e digital.

Com seus aplicativos de análise de dados, a Predix auxiliará empresas a analisar coortes específicas de dados para fazer coisas como fornecer dados que permitam a operadores de fazendas eólicas ajustar suas turbinas em tempo real, alterando a curvatura de uma pá ou fazendo outros ajustes, possibilitando uma operação mais eficiente e produzindo mais energia, afirmou Ruh segundo o site.

Quando big data e a nuvem se combinam, os hackers geralmente não demoram muito a perceber. É muito mais fácil para eles obter dados transmitidos a uma nuvem pública, do que chegar a esses dados quando armazenados em um servidor local, atrás de uma firewall – mesmo quando importantes defesas estão presentes no servidor em nuvem. Em 2011, por exemplo, hackers supostamente utilizaram uma conta em um servidor na nuvem da Amazon para roubar dados da Sony, e em 2014, fotos de celebridades em vários estágios de nudez foram postadas em um site para hackers após terem sido roubadas de contas online dos servidores iCloud da Apple (a Apple alegou que as contas foram hackeadas, mas não os servidores).

De qualquer forma, a tecnologia da ThetaRay é útil para sites em nuvem que desejam proteger seus clientes. “Os hackers estão sempre procurando por backdoors,” afirmou Gazit. “Eles invadem os sistemas utilizando diversos métodos, como esquemas de spear-phishing,” em que os hackers buscam por pontos fracos, combinando uma mensagem de email com uma vítima em potencial que seja vulnerável a ameaças, recompensas, ou outras táticas psicológicas que a levem a clicar em um link ou abrir um documento, o qual instalará um malware e dará a eles acesso aos dados.

“Após invadirem um sistema, eles podem instalar qualquer tipo de malware desejado, transformando o sistema em seu próprio “playground”, instalando qualquer coisa que queiram. Enquanto isso, a informação continua a fluir através do sistema, completamente exposta aos caprichos dos hackers.”

A melhor maneira de lidar com essa ameaça, afirmou Gazit, era observar o estado geral de um sistema e tentar descobrir algo que “não parece certo.” “O nosso sistema busca por anomalias dentro e fora de uma rede, avaliando o que poderia ser considerado “normal” em uma organização e o que seria anômalo.”

As anomalias podem incluir o aumento de atividade dentro da rede, ou um excesso de solicitações de recursos de comunicação externos à rede. Essas anomalias, por exemplo, apareceram em sistemas infectados pelo vírus Stuxnet, o qual causou a destruição de centrífugas iranianas ao mesmo tempo em que indicava na tela que tudo estava correndo perfeitamente, afirmou Gazit.

Para chegar a essas conclusões a ThetaRay examina muitos dados – “quanto mais melhor.”

“Nós fazemos uma checagem de anomalias na imensa quantidade de dados que nós processamos, buscando por padrões de atividade que não deveriam estar lá,” disse Gazit. Os dados são obtidos de todas as fontes de entrada – email, dados de conexões web, arquivos de log, sensores, câmeras e microfones etc. – comparando a atividade com padrões esperados, com os modelos, explicou Gazit, desenvolvidos durante um período de sete anos pelos mais graduados agentes de tecnologia de segurança do grupo Unit 8200 da IDF e por professores renomados da Universidade de Tel Aviv e Yale.

A ThetaRay foi uma das quatro empresas agraciadas com Prêmios de Inovação Industrial, juntamente com a PepsiCo, Pitney Bowes e Salt River Project. O prêmio “Mais Inovadora Tecnologia Industrial para a Internet” foi concebido para dar destaque a empresas ou soluções que tragam avanços significativos à Internet Industrial, salientou a GE.

“O sucesso da Internet Industrial depende de um ecossistema colaborativo,” afirmou Harel Kodesh, Vice-presidente da Predix e CTO da GE Digital. “Com a Predix, a GE está levando a inovação digital ao mundo industrial, trabalhando com empresas como a ThetaRay para desempenhar essa missão. Nós consideramos essa tecnologia um valioso componente do catálogo de microsserviços da Predix, o qual está ajudando os nossos clientes a alcançar melhores resultados.”

Fonte: Missão Econômica