Tecnologias israelenses em aquicultura podem ter aplicação imediata no Brasil

O ministro Marcelo Crivella se encontra em missão oficial a Israel desde domingo (9), para conhecer de perto as tecnologias deste País na área de aquicultura – o cultivo de pescado, uma das indústrias que mais cresce no mundo, a uma taxa média de 8% ao ano na última década. Brasil e Israel têm interesses mútuos e complementares no setor. Com 13% da água doce e um extenso litoral, o Brasil tem potencial para se tornar um importante produtor de pescado. Israel, embora um País territorialmente pequeno e parcialmente desértico detêm tecnologias nas áreas de irrigação e aquicultura, ambientalmente sustentáveis, que são admiradas mundialmente.

No caso brasileiro, a região Nordeste também concentra imensas áreas que, embora não desérticas, são áridas e precisam de atividades produtivas adequadas às suas condições naturais. Muitas tecnologias israelenses, como tilápias geneticamente melhoradas, também podem ser úteis para o desenvolvimento da piscicultura em diferentes regiões brasileiras.

Transferência de tecnologia

O programa do ministro Marcelo Crivella em Israel prevê encontros e visitas a entidades governamentais, centros de pesquisa e empresas particulares de alta-tecnologia do segmento de aquicultura. A delegação brasileira conta ainda com a presença de parlamentares, acadêmicos e empresários.

No primeiro dia da missão oficial, o ministro se encontrou com o corpo diretivo e de pesquisa da TransAlgae – empresa de biotecnologia associada ao grupo brasileiro Suzano — , que se dedica a cultivar e desenvolver diversos tipos de algas a serem transformadas em produtos destinados à saúde e ao crescimento de peixes e camarões. Assim, algas secas, oferecidas a peixes como alimento, por exemplo, poderão substituir a aplicação de vacinas.

Durante o encontro, a vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa TransAlgae, doutora Ofra Chen (na foto, com o ministro Crivella), ressaltou as oportunidades de negócio para a expansão da aquicultura no Brasil, onde os produtores podem se beneficiar, de forma imediata, dos conhecimentos já adquiridos e desenvolvidos em Israel na criação de tilápias.

Ontem, segunda-feira (10), a comitiva realizou duas visitas de campo. Nestas oportunidades, os técnicos do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e os representantes do empresariado brasileiro puderam observar a tecnologia envolvida na criação extensiva de peixes de água doce e de trutas arco-íris, carpas e tainhas.