Uma das dificuldades que empresas estrangeiras têm para operar no Brasil é a burocracia no que diz respeito a pagamentos. Pelo menos essa era uma das barreiras enfrentadas pela SimilarWeb, companhia israelense de inteligência e estratégias de marketing. “A carga tributária brasileira é alta, há muitos impostos para importar software”, diz Urgel Augustin, diretor vendas da startup para a América Latina. “Lá fora, há uma cultura de pagamentos anuais, enquanto no Brasil é comum dividir valores em parcelas mensais – isso traz problemas para cobrar clientes brasileiros, também porque nossa cobrança é em dolar.”
O modelo de negócios da SimilarWeb permitia o trabalho com apenas grandes empresas no Brasil, sendo complexo o estabelecimento de relações comerciais com as pequenas e médias. A solução veio por meio de uma parceria com um cliente, o banco de câmbio e pagamentos digitais Bexs.
Responsável por possibilitar que serviços internacionais (como plataformas de streaming de música) em reais, a instituição passou a prestar serviços para a SimilarWeb. “Basicamente, facilitamos as operações internacionais seguindo a regulação brasileira”, diz Luiz Henrique Didier, diretor do Bexs. “O mercado brasileiro é gigantesco no mundo, e acreditamos que esse tipo de integração com companhias estrangeiras está só começando.”
Segundo Augustin, a parceria permite à startup israelense abrir uma nova frente de negócios. “Evitar a volatilidade do dólar dá, aos clientes, uma previsibilidade de gastos, o que contribui para o fluxo de caixa”, diz. “Assim, conseguimos atingir um público novo, o das PMEs, que é bem relevante no Brasil.”
Fonte: Exame