Desde que Em terapia (2005-2008), de Hagai Levi, virou hit globalizado – foi adaptada para a HBO ainda na década passada e ganhou versões em outros 16 países, o Brasil incluído –, o mundo começou a prestar atenção nas séries israelenses.
A mais bem-sucedida adaptação norte-americana de uma atração made in Israel (Homeland, atualmente em sua sétima temporada, criada a partir de Hatufim, aqui chamada Prisioneiros de guerra) fez com que um número expressivo de séries chegasse ao país.
Ainda que a Netflix mantenha a hegemonia das produções dos quatro cantos do globo, no Brasil o Mais Globosat oferece uma boa cartela de atrações israelenses, a maioria thrillers. Seis séries daquele país estão no ar. O lançamento mais recente é O mistério de Shelly – a primeira temporada, com 10 episódios, está disponível em maisglobosatplay.com.br e nos serviços sob demanda das operadoras Net, Vivo e Oi.
O canal mudou completamente o título da produção. Em Israel, a primeira temporada foi lançada, em 2014, como Virgens. No mercado internacional, a produção foi vendida como Sereias. Por aqui, virou O mistério de Shelly, o que, além de ser absolutamente genérico, não é o mais adequado.
O mistério da trama é, na verdade, sobre a personagem Maya. Shelly Reguan-Toledano (Magi Azarzar) é uma policial de 32 anos da cidade de Eilat. Funcionária da área de imigração, tem muito trabalho na região, já que essa comunidade, no Sul de Israel, vem recebendo refugiados africanos, principalmente sudaneses, que tentam entrar no país por meio de arriscada travessia de barco pelo Mar Vermelho.
No mesmo dia em que três refugiados morrem afogados (apenas um homem, surdo-mudo, se salva), é encontrado o corpo nu de uma israelense. Os policiais logo se impressionam com a semelhança dela com a colega Shelly. O exame de DNA traz a comprovação: trata-se de Maya, a irmã gêmea de Shelly, desaparecida há 17 anos, também no mar. O sumiço da garota, ainda adolescente, desnorteou a família. Shelly empreende uma investigação pessoal, que mexe com vários moradores de Eilat.
Com bom ritmo e argumento bastante original, O mistério de Shelly vai descortinando uma história que mescla tradições, preconceitos e até uma dose de fantasia. Com cenas fortes e interpretações explosivas (a protagonista Magi Azarzar, por vezes, está um tom acima), a narrativa foge do comum das produções daquele país: não trata do eterno conflito entre palestinos e judeus.
Fonte: Uai.com.br