No Rio de Janeiro, um satélite israelense está ajudando no combate ao desperdício de água.
O vazamento de água é na Terra, mas, muitas vezes, ele só pode ser visto a centenas de quilômetros, lá do alto, no espaço.
A companhia de água identifica o problema rapidamente quando ele se torna visível. Mas numa cidade como o Rio, o desperdício pode ficar invisível um tempão.
“Muitos dos vazamentos que ocorrem no Rio de Janeiro não são visíveis, principalmente na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde terreno é mais arenoso e eles não afloram, não aparecem porque a capa de asfalto é muito forte”, conta o presidente da companhia Águas do Rio, Alexandre Bianchini.
Por isso, a empresa que administra o sistema de água e esgoto do Rio resolveu investir na tecnologia de um satélite israelense que era usado para procurar água em Marte. E que, agora, está apontado para grandes cidades dos Estados Unidos, Japão e Espanha.
Esse satélite passa sobre o Rio a cada 14 dias. São apenas alguns minutos. Tempo suficiente para a emissão de ondas que atingem até três metros de profundidade no solo. Essas ondas fazem um escaneamento, identificam os locais onde há presença de cloro, substância usada no tratamento da água distribuída à população.
Dessa forma, o satélite é preciso e não faz confusão entre água do lençol freático, esgoto, rios. E aponta com mais de 80% de precisão os pontos de vazamento do sistema de distribuição de água da cidade.
As informações vão direto para o centro de operações da companhia. Pontos amarelos em um mapa mostram as áreas onde possivelmente há vazamentos subterrâneos. Um deles fica na Urca, bairro da Zona Sul da cidade.
Victor da Silva, técnico da companhia, usa um geofone, aparelho que é um amplificador de som potente. E com o geofone, ele consegue ouvir qualquer barulho de vazamento na tubulação mesmo sobre a grossa camada de asfalto. Basta levantar a tampa e ver o tamanho do vazamento: o satélite está certo.
“Pois é, o geofone confirmou o vazamento. E um vazamento de difícil detecção. Porque ele está indo diretamente para dentro da galeria pluvial. Sairia diretamente para o mar”, diz o técnico da companhia. O conserto foi feito em dez minutos.
Em menos de um ano de uso, o satélite já escaneou quase 600 km de tubulação e gerou uma economia de 158 milhões de litros de água potável, suficientes para abastecer 7 mil pessoas por um ano.
Um começo promissor porque, só no Rio, a estimativa é que toda a água tratada que se perde nos vazamentos daria para atender quase 2 milhões de pessoas. Ou seja: o satélite ainda tem muito o que espiar nessa nobre missão de proteger o recurso natural mais valioso e mais escasso do nosso planeta.
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Fonte: Jornal Nacional – TV Globo