Santa Catarina tem 12.365 empresas de tecnologia, empregando 47 mil pessoas e gerando um faturamento conjunto de R$ 15,5 bilhões, o que representa 5,6% do PIB do estado.
Os dados, parte do Observatório Acate – Panorama 2018, mostram que, proporcionalmente falando, Santa Catarina é a líder no assunto tecnologia no Sul do país e está nas cabeças dos setores de tecnologia mais desenvolvidos do país.
A quantidade de empresas dobrou desde 2011, o que mostra uma forte ascensão no cenário de startups catarinenses, aponta a pesquisa.
O estudo compara os dados catarinenses com o Amazonas, Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Pernambuco, onde há polos importantes de tecnologia.
Fazendo uma comparação entre esses estados, Santa Catarina tem a terceira maior densidade de colaboradores de empresas de tecnologia entre a população em geral. São 659 a cada 100 mil habitantes, um número similar ao de São Paulo e bem acima dos 417 do Rio Grande do Sul e dos 372 do Paraná.
Os números catarinenses são ainda mais chamativos se temos em conta que os dois estados líderes são o Amazonas, com 1000 e o Distrito Federal, com 975.
Em ambos, condições atípicas como a existência a Zona Franca de Manaus e o funcionalismo das empresas públicas em Brasília podem contribuir para as cifras.
Santa Catarina também se sai bem se for olhado o faturamento médio das suas empresas, que fica em torno de R$ 1,25 milhão anual, o que deixa o estado na quarta posição (Amazonas, Rio de Janeiro e o Distrito Federal estão na primeiras). A média catarinense é 37% maior do que a do Rio Grande do Sul, o segundo colocado na região Sul.
“Em 20 anos a tecnologia pode ser a principal economia do estado. Isso em função do crescimento orgânico do setor, o surgimento de novas empresas e a digitalização de corporações mais tradicionais, que precisam virar empresas de tecnologia”, afirmou ao site SC Inova Daniel Leipnitz, presidente da Acate.
Nem tudo são boas notícias. Entre 2015 e 2017, o total de empregos caiu 2,4% e o faturamento das empresas recuou 17,2% em média.
Mesmo assim, Santa Catarina se saiu bem melhor que o resto do país. Em São Paulo, o setor de tecnologia recuou 40% entre 2015 e 2017, enquanto em Minas Gerais e Rio Grande do Sul o índice foi de – 37%.
O estudo, talvez o mais completo já feito sobre um mercado regional no país, foi feito em parceria com a Neoway e cooperação da Federação das Indústrias de Santa Catarina.
Além desta pesquisa, a Acate inaugurou o Observatório como um espaço físico em sua sede, em Florianópolis, onde vai apresentar os dados do setor para os grupos de empreendedores, executivos e investidores que visitam o ecossistema local.
Matéria escrita por Maurício Renner para o site Baguete.com.br
quinta, 12/07/2018