Rumo ao 5º ano seguido de seca, Ceará prepara plano de reúso de água

Há dois anos a Companhia firmou parceria com a empresa israelense Mekorot para desenvolver um plano de ação (Foto: Reprodução)

A situação de emergência gerada pela seca tinge 54% dos cearenses. Só tem água na casa do mecânico Herbert Gomes, em Crateús, a 350 km de Fortaleza, porque o recurso natural passa por um processo de retirada do sal após a perfuração de um poço profundo. A informação é da Rádio Tribuna BandNews FM.

Rumo ao 5º ano de seca, a água destinada ao consumo humano no Ceará é a mesma para o setor industrial. A dessalinização para a indústria deve ser uma alternativa apenas em situação de colapso, segundo o coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ronaldo Stefanutti.

O coordenador aponta que o papel do governo é estudar as técnicas de dessalinização desenvolvidas pelo mundo, como a de Israel, para verificar a mais adequada às necessidades locais. “Israel é o exemplo mais significativo de muita tecnologia disponível no mercado”, ressalta.

Em até quatro anos, toda a água potável de Israel, país semiárido e com 60% de seu território desertificado, deverá ser dessalinizada. Devido ao custo financeiro e danos ambientais gerados pelo rejeito, a técnica, no entanto, é descartada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para fins industriais.

Há dois anos a Companhia firmou parceria com a empresa israelense Mekorot. O foco é desenvolver um plano específico de reúso de água a partir da Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto na Avenida Leste Oeste, em Fortaleza. Após o tratamento da água residual, o recurso deve percorrer 40 km até chegar às indústrias do Complexo Industrial e Portuário de Pecém, em São Gonçalo do Amarante.

Para definir uma data de implementação, o projeto depende de definições e acordos com empresários, afirma o presidente da Cagece, Neuri Freitas. “É um tipo de projeto que você tem que você tem que tornar viável, porque tem toda uma infraestrutura que precisa ser implementada”, explica.

As bacias hidrográficas cearenses podem atingir média de apenas 10% do volume no mês de fevereiro. O índice atual é inferior a 15%, o pior dos últimos 21 anos segundo a Companhia de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh).

Fonte: Tribuna do Ceará