Promessa de cura da psoríase no horizonte

Um dos principais pesquisadores israelenses busca parceria para mais pesquisas e investiga como os novos experimentos pré-clínicos poderiam curar outras doenças autoimunes.

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Prof. Amir Aharoni trabalhando em seu laboratório. Foto de Dani Machlis/BGU

Cerca de quatro milhões de americanos sofrem com a psoríase, uma doença de pele crônica autoimune que ocasiona crostas branco-prateadas inflamadas. Não há cura, mas os pesquisadores israelenses creem que possam estar a caminho da formulação de uma droga experimental inovadora que poderia finalmente terminar o serviço.

Conforme descrito no periódico Chemistry and Biology pela equipe da Universidade Ben-Gurion do Negev (BGU), seu estudo em colaboração com a Teva Pharmaceutical Industries de Israel mostrou que inibir a proteína do sistema imunológico Interleukin 17 (IL-17) poderia ser a solução para controlar essa doença de pele.

“A psoríase é mediada por citocinas pró-inflamatórias”, explica o pesquisador e professor Amir Aharoni. “Uma das principais citocinas que desempenha um papel nessa e em outras doenças autoimunes é a IL-17. Nosso objetivo foi inibir a ação da IL-17 e desacelerar o progresso de diversas doenças do tipo”.

Assim que dominaram a metodologia utilizando modelos animas, eles procuraram a melhor indicação sobre no que fazer testes. O foco foi na psoríase porque estudos anteriores mostraram que a IL-17 é particularmente importante na sua progressão.

Dois anos e meio de trabalho provaram que a engenharia de seu receptor, o IL-17RA, é altamente efetiva na eliminação da psoríase humana aguda introduzida em ratos. Experimentos em humanos ainda não foram feitos.

“Estamos agora trabalhando em duas direções: encontrar um parceiro adequado para pesquisa e utilizar uma abordagem semelhante para focar em outras doenças”, relata Aharoni para o ISRAEL21c.

Promessas para a doença de Crohn e colite também

Não sendo mais financiada pela Teva, sua equipe laboratorial está inibindo com sucesso outras citocinas que desempenham um papel importante na doença de Crohn e na colite, duas desordens autoimunes comuns que afetam a via digestória.

“Estamos buscando outros grandes investidores farmacêuticos para impulsionar o projeto, pois agora é necessário um investimento substancial”, diz Aharoni.

A aplicação dos israelenses de “evolução direcionada”, ou engenharia de proteínas para o desenvolvimento de melhores terapias, é relativamente rara e utilizada principalmente para anticorpos.

“Algumas das características do sistema são ímpares para nós. Nenhum competidor está fazendo exatamente a mesma coisa”, afirma Aharoni, cujos colaboradores incluem Marianna Zaretsky e Itay Levin da BGU.

“Uma vez que a evolução direcionada pode ser aplicada a outros receptores envolvidos em doenças autoimunes e ao câncer, creio que estamos começando a desvendar o potencial dessa abordagem”, acrescenta ele.

Em 2009, o mercado global para terapias de psoríase sozinho estava avaliado em US$ 3,5 bilhões, com terapias sistêmicas como a abordagem da BGU sendo responsáveis por US$ 2,6 bilhões desse total. No futuro, a engenharia de IL-17RA pode servir de alternativa ou tratamento complementar aos anticorpos IL-17A e outros tratamentos biológicos.

Assim, o interesse nessa singular droga experimental para a psoríase é alto. Porém, Aharoni salienta que esta se encontra a recém nos seus primeiros e essenciais estágios de desenvolvimento.

“Estamos orgulhosos de ter uma droga experimental que possa ser testada em ratos e humanos, mas os estágios de experimentos clínicos são muito longos”, alerta ele.

Fonte: http://itrade.gov.il/brazil