PIB do Brasil deve crescer em média 2% ao ano até 2018, diz economista Ilan Goldfajn.

Nos próximos quatro anos o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer, em média, 2% ao ano. A projeção foi feita pelo economista chefe do Grupo Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, durante evento do Conselho Empresarial das Câmaras de Comércio Exterior da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), no dia 26 de maio. Para Goldfajn, esse ano o índice de crescimento mais otimista para o Brasil de 1,5%.

Goldfajn afirmou que a culpa do “crescimento medíocre” nos próximos anos, além da pesada carga tributária brasileira, é a visão do governo de que “lucro lícito é algo ruim”. Ele afirmou ainda que, no boom da economia (de 2001 a 2008) o ânimo melhorou e o investimento subiu para 20%, com o auge de 20,4%, podendo chegar, na época, a 22%. Isso resultaria em um crescimento do PIB de 3%.

“Hoje o Brasil investe apenas 18% do PIB, mantendo esse crescimento medíocre, em 2014, de 1% ou de 1,5%, sendo muito otimista. Os investimentos não vão crescer, falta confiança nas regras do jogo”, afirmou.

Além de aumentar o investimento, outros pontos destacados por Goldfajn para o crescimento do Brasil foram a diminuição da carga tributária que hoje chega a 37%, e a necessidade de produtividade.

“Para um crescimento saudável o Brasil precisa gerar mais com as mesmas pessoas, ou seja, necessita de produtividade. Organização, corte de custos e aumento de salários somente com aumento da produtividade são algumas das alternativas”, ressaltou.

O economista ainda prevê que o cenário mais provável para as eleições de outubro é a reeleição da presidente Dilma Rousseff e ajustes na política econômica a partir de 2015. No entanto, segundo ele, a visão do governo pelo lucro vai ser respeitável, mas não amigável. “O governo vai fazer os mínimos ajustes necessários para continuar a viver. O cenário será ruim, mas não terá crise”, ressaltou.

Acordo de Cooperação

Na ocasião, a ACRJ e a Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria assinaram “Acordo de Cooperação Econômica, Comercial e Turística”. O especialista ressaltou que o laço vem em momento oportuno visto que, em 100 anos, Israel é um dos poucos países que conseguiram vencer a renda média e ser líder em inovação e produtividade. “O Brasil tem muito o que aprender com Israel”, apontou.

Para o presidente da ACRJ, Antenor Barros Leal, o Rio de Janeiro é porta de entrada de trocas comerciais, culturais, educacionais entre Israel e o Brasil. Ele destacou ainda pesquisa e inovação como pontos fortes entre os dois países.

Para o embaixador do Estado de Israel no Brasil, Rafael El Dad, os dois países atravessam um dos melhores momentos na relação bilateral comercial. “Fomos o primeiro país fora da América Latina a assinar o Acordo de Livre Comércio com o Mercosul, isso fortificou os laços com o Brasil”. Ele ressalta ainda que as relações comerciais entre os dois países têm total capacidade de duplicar e até triplicar comercialmente.“Israel tem uma coisa importante para o Brasil, principalmente para o Rio, porque a Cidade Maravilhosa hospeda hoje a maior quantidade de centro de pesquisa. Essa é uma área que o Brasil pode assumir uma posição muito importante trazendo Israel, que está muito mais avançado nesse setor, para daqui se expandir para a América Latina. Efetivamente os avanços na área industrial que Israel tem será alcançado e poderão ser transferidos pro Brasil através do trabalho da Câmara”, ressaltou.

Sergio Niskier, o presidente da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, disse que o momento é bastante oportuno de estar junto de várias outras câmaras pelo desenvolvimento do comércio exterior do nosso país. “Estamos trabalhando juntos com o Estado de Israel o que é um ganho muito grande para ambos os países. Agregar valor é uma responsabilidade de todos os empresários”, concluiu.O presidente do CE de Câmaras de Comércio Exterior, – Conselho mais novo da Casa de Mauá com apenas 10 meses – Ruy Barreto Filho, comemorou a assinatura do acordo. “Iniciamos o trabalho do Conselho com 16 câmaras e hoje já somos ligados a mais de de 25. Nossa intenção é transformar a voz do empresariado de comércio externo perante o governo”, ressaltou.

 

Fonte: Associação Comercial do Rio de Janeiro