Parceria trará tecnologia hidropônica israelense para o Ceará

Projeto será realizado na Fazenda Normal, da Ematerce, e deverá ser referência de cultivo sem solo para o semiárido brasileiro

Uma parceria entre Ceará e Israel promete tornar o Estado em referência de tecnologias sustentáveis de cultivo de alimentos para o semiárido brasileiro. Trata-se de uma fazenda-modelo, que será instalada até o final do ano, em Quixeramobim, município localizado no Sertão Central do Estado. O projeto contemplará três estufas, somando 7,5 mil metros quadrados de cultivo protegido, que estarão situadas no complexo da Fazenda Normal, espaço administrado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce).

Dentro dessas estufas serão demonstradas tecnologias de Hidroponia e Aquaponia israelenses. “A falta de disponibilidade hídrica é um problema que Israel sempre enfrentou. Esse obstáculo propiciou o desenvolvimento dos sistemas de cultivo locais”, explica o assessor técnico da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará e coordenador do projeto, José Gilberto Sztutman. Mesmo que as condições estruturais em solo brasileiro não sejam as mesmas, o coordenador revela que a meta é adaptar os conceitos aplicados no Oriente Médio à realidade regional.

Com as estufas em atividade, a expectativa é de que o local incentive a disseminação da Hidroponia entre os produtores. “A função primária da estrutura é a demonstração destas tecnologias, que têm como principal vantagem o uso racional da água. Esperamos receber um grande fluxo de visitantes, realização de cursos, entre outras atividades que possam contribuir para a qualificação dos produtores”, afirma o coordenador. Sztutman também salienta que o projeto prevê sistemas de reuso de água, controle ambiental, manejo de pragas e energia solar.

Investimento e assessoria técnica

Resultado da parceria entre a Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará e o Ministério da Economia de Israel, o projeto recebeu US$ 10 milhões por parte do país do Oriente Médio. Um consórcio de empresas israelenses está enviando materiais para o local, que ainda receberá a visita de técnicos que irão treinar e assessorar os funcionários para a operacionalização das estufas.

“Dada a sua pertinência ao contexto regional e seus potenciais resultados práticos, esperamos que a iniciativa divulgue conceitos sustentáveis para os produtores”, afirma a assessora da Israel Trade & Investment (escritório a serviço do ministério israelense), Sheila Sztutman.

A expectativa é de que até o final de novembro as estufas entrem em funcionamento e, no próximo ano, atinjam a capacidade máxima de operação.

Fonte: Revista Hidroponia/Israel Trade/Imagem: TudoHidroponia.net