Não há dúvidas que o câncer é uma das doenças mais cruéis do mundo. Durante décadas, os cientistas vêm tentando encontrar uma cura para o câncer, uma doença terminal que mata 8 milhões de pessoas no mundo todo a cada ano. Com 14 milhões de novos casos de câncer diagnosticados em todo o mundo a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a necessidade de prevenção é vital.
A Vaxil foi fundada em 2006 pelo Dr. Lior Carmon e a vacina já se encontra em fase de ensaios clínicos no Centro Médico da Universidade Hadassah em Jerusalém. A vacina poderia estar disponível já em 2017 para ser administrada de forma regular, não só para ajudar o tratamento do câncer, mas principalmente para que a doença não se repita ou volte.
Com sede em Nes Ziona, Israel, passou mais de meia década desenvolvendo a ImMucin, uma vacina profilática contra o câncer, que pode desencadear uma resposta em aproximadamente 90% de todos os tipos de câncer, de acordo com a empresa.
Imunoterapia: Um cruzamento híbrido entre uma vacina e um medicamento
“A Vaxil está desenvolvendo um medicamento para impedir que o câncer volte”, conta Julian Levy, Diretor Financeiro da Vaxil. “Estamos tentando aproveitar o poder natural do sistema imunológico para lutar contra o câncer, buscando células cancerosas e destruindo-as”.
Levy explica que a ImMucin não é um substituto para os tratamentos tradicionais contra o câncer, como a quimioterapia ou a radiação. Ao invés disso, a empresa tem como alvo um cenário diferente na batalha do paciente contra o câncer, especificamente as fases iniciais da detecção, bem como durante a remissão. É por isso que, infelizmente, o medicamento não será útil para muitos pacientes com câncer – especificamente aqueles que estão em estágios avançados da doença – pois exige um corpo relativamente saudável para ser totalmente eficaz.
Embora a ImMucin seja uma vacina, ela é dada às pessoas que já estão doentes, diferente das vacinas tradicionais. Portanto, embora o mecanismo científico da ImMucin seja o de uma vacina, do ponto de vista do paciente, ela atua exatamente como um medicamento que tem efeitos fisiológicos quando entra no corpo.
Ativação de células T por células dendríticas
“Muitas vacinas preventivas contra o câncer hoje em dia não são, de fato, vacinas contra o câncer”, diz Levy. “Mulheres jovens podem tomar uma vacina para o vírus do HPV, que não combate o câncer; é uma vacina contra um vírus que comprovadamente leva a um câncer cervical mais sério”.
Treinamento para o sistema imunológico atacar células cancerosas
A ImMucin trabalha estimulando uma parte do sistema imunológico e ensinando-o a atacar certas células com certos marcadores que indicam a presença de câncer. Quando o medicamento é introduzido durante uma fase inicial do câncer, a esperança é de que enquanto o câncer de um paciente recua, o sistema imunológico é treinado adequadamente para saber quais células destruir e com quais não interferir.
Esta resposta imunológica foi consistente ao longo dos testes clínicos da Vaxil com a vacina ao longo dos últimos anos. A empresa realizou testes exclusivamente em pacientes com mieloma múltiplo até janeiro de 2014, quando iniciou os testes em pacientes com câncer de mama.
A troca atual da Vaxil de testes bem-sucedidos com mieloma para testes com câncer de mama certamente atrairá a atenção de algumas pessoas na comunidade de biotecnologia. Isso porque geralmente, quando um medicamento tem esse tanto de sucesso em um certo tipo de câncer, uma empresa fornece mais recursos para concluir os testes (através da Fase III) e o coloca no mercado – ela não mergulha em novos projetos.
A Vaxil Bio Therapeutics tem uma tecnologia promissora e sucesso clínico inicial, especialmente visto que a ImMucin tem o potencial de tratar 90% dos tipos de câncer encontrados em pacientes. Certamente, esse tipo de imunoterapia para uma doença anteriormente considerada incurável oferece esperança a milhões de pacientes e suas famílias.