Nanossensor israelense pode farejar explosivos a mais de 4 metros de distância

Suas malas estão prontas e você está pronto para partir, mas há algo empacando sua viagem: filas de segurança intermináveis. Após o seu passaporte ter sido verificado, seus sapatos terem sido retirados, todos os seus pertences terem sido colocados em cestos separados, você ter passado pelo detector de raio-X e um cão ter cheirado suas bagagens, não é de surpreender que você sinta que sua privacidade também saiu voando.

Agora uma equipe de pesquisadores universitários criou um chip de detecção de bombas baseado na nanotecnologia que pode tornar até mesmo as inspeções de segurança mais rígidas bem mais breves, durando cerca de 5 segundos para ser exato.

O chip que percorre distâncias e com rapidez

O protótipo TESS, criado por pesquisadores da Universidade de Tel Aviv e pela empresa Tracense, utiliza nanossensores que podem farejar material explosivo, biológico ou químico, incluindo até algumas moléculas por 1.000 trilhões no ar e até cerca de mais de 4 metros de distância. Os nanossensores podem detectar quais tipos de moléculas o chip está “cheirando” e analisá-las para verificar se pertencem a tipos conhecidos de materiais perigosos.

Embora existam métodos para analisar a composição molecular daquilo que se encontra dentro da sua mala, esses métodos geralmente envolvem materiais volumosos e fiscais especialmente treinados e podem detectar somente certos tipos de materiais explosivos. O chip da Tracense supera a tecnologia existente em seu próprio jogo ao detectar TNT, RCX e HMX, os quais são produtos químicos geralmente empregados comercial e militarmente, bem como TATP e HMTD, explosivos de difícil detecção frequentemente utilizados em dispositivos explosivos de fabricação caseira. Durante os testes do produto, a equipe também descobriu que o chip podia farejar material explosivo em ambientes abafados, mesmo aqueles “altamente contaminados”pela fumaça de cigarro, em apenas cinco segundos.

Permanecendo seguro e mantendo o seu espaço pessoal ao mesmo tempo

“Diferentes espécies de explosivos exibem um padrão distinto de interação com o sistema de nano-sensoriamento, permitindo, assim, a amostragem e identificação direta da molécula testada”, explicou o membro da equipe de pesquisa, Prof. Fernando Patolsky, na revista “Nature Communications”. A supersensibilidade dos nanossensores potencialmente permitirá que as autoridades policiais e de segurança realizem inspeções avançadas de bombas a distância, fora do seu precioso espaço pessoal no aeroporto e em outros locais.

Enquanto o detector de bombas com nanossensores da Tracense ainda se encontra na fase Beta de desenvolvimento, não está claro qual será a aparência do produto final ou até mesmo como este funcionará. No entanto, com a Tracense investindo mais de 10 milhões de dólares no produto desde 2007 e com a aptidão israelense para a tecnologia de ponta na área de segurança, pode-se afirmar com certeza que o chip da Tracense tem uma boa chance de farejar o caminho até os nossos aeroportos em breve.

Fonte: No Camels