Ministro da Indústria e Comércio do Brasil faz visita de quatro dias a Israel

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, Marcos Pereira, faz visita oficial de quatro dias a Israel, na primeira missão do MDIC ao país em 12 anos. Na agenda, visitas a universidades, empresas de tecnologia, ao Parlamento (Knesset) e uma reunião com o ministro de Economia e Indústria, Eli Cohen.

No domingo (25), ele foi recebido pelo embaixador Paulo Cesar de Vasconcellos, em Tel Aviv. Na embaixada, Pereira encontrou a CEO da Israeli Advanced Technology Industries (IATI), Karin Rubinstein. A IATI congrega indústrias de alta tecnologia e biociências de Israel com a missão de conectar o ecossistema israelense de alta tecnologia.

A delegação foi também à Universidade de Tel Aviv, onde foi recebida pelo vice-presidente da instituição, Amos Elad. “Construímos aqui uma importante ponte que poderá contribuir com o Brasil nas áreas de tecnologia e inovação para a indústria”, disse o ministro.

“Essa visita foi curta demais, gostaríamos que vocês ficassem aqui o dia inteiro e acredito que o próximo passo seja estabelecer um programa de colaboração”, declarou o executivo sênior de Pesquisa para América Latina, Herman Richter.

Na segunda-feira (26), Pereira visitou a Sorek, uma das maiores usinas de dessalinização do mundo, e destacou a necessidade de serem desenvolvidas novas soluções para o sistema hídrico brasileiro. O CEO de Sorek, Ronen Hadash, enfatizou que o Brasil pode se beneficiar da tecnologia israelense.

Depois, o ministro seguiu para Jerusalém, e encontrou no Parlamento o ministro da Economia e Indústria de Israel, Eli Cohen. “Brasil e Israel são complementares, não competidores. O mercado brasileiro é muito importante para nós”, disse Cohen.

Eles lançaram a “4ª Chamada de projetos para a Cooperação Tecnológica entre Brasil e Israel”, programa executado pelo MDIC e pelo MATIMOP (Centro para Pesquisa e Desenvolvimento Industrial Israelense), órgão da Autoridade Nacional de Inovação Tecnológica do Estado de Israel. Nesta edição, as empresas brasileiras poderão contar com recursos não-reembolsáveis para a execução de projetos em parceria com empresas israelenses. Para participar é preciso que o projeto seja inovador, e que envolva o desenvolvimento de tecnologia dos dois países de forma equilibrada.

“Estamos expandindo as formas de financiamento e aumentando o leque de opções para que as empresas brasileiras e israelenses possam desenvolver em conjunto projetos inovadores”, disse Pereira.

Ainda em Jerusalém, o ministro reuniu-se com o presidente da Autoridade Israelense para Inovação, Aharon Aharon, e visitou a Yissum, empresa de transferência de tecnologia da Universidade Hebraica.

Na Yissum, a comitiva assistiu a uma palestra sobre os investimentos da empresa e as formas de cooperação desenvolvidas em várias partes do mundo.

A missão prosseguiu em 27 e 28 de junho com visitas a diversas empresas israelenses, com destaque para a Mobileye, que elabora sistemas voltados para o setor automotivo.

O ministro Marcos Pereira testou a tecnologia de carro autônomo, em passeio em um veículo que consegue detectar pedestres e semáforos, trocar de faixas, acelerar e diminuir sua velocidade de forma autônoma. A empresa, especializada em sistemas automotivos anticolisão, foi recentemente adquirida pela Intel.

Na OurCrowd, plataforma de investimento que capta recursos para fundos do tipo “venture capital”, a comitiva foi recebida pelo vice-presidente, Josh Wolff. “Foi uma visita importante para sabermos como esta empresa mudou a forma como o capital de risco é investido”, disse o ministro. A partir da criação da plataforma israelense, investidores com valores menores, a partir de 10 mil dólares, começaram a ter acesso a um mercado que antes era exclusivo de fundos de capital de risco.

Na Jerusalém Venture Partners, empresa de capital de risco internacional, com foco em digital media, software empresarial, armazenamento de dados e cibersegurança, a delegação brasileira conheceu a estratégia de internacionalização das startups nas quais a empresa investe.

“É algo que precisamos desenvolver no Brasil. Temos um mercado interno muito grande, o que acaba muitas vezes acomodando nossas startups a se focarem apenas nele”, disse o ministro. Uri Adoni, sócio da JVP, informou que a empresa tem interesse em fazer investimentos no Brasil para apoiar startups brasileiras que tenham potencial de se tornarem globais.

A comitiva visitou ainda a Juganu, que desenvolve soluções inteligentes em iluminação; e a Elta Systems, uma empresa subsidiária da Israel Aerospace Industries e líder no mercado israelense de segurança eletrônica.

Fonte: CONIB