O israelense Uri Adoni, sócio na Jerusalem Venture Partner, nomeada um dos dez melhores fundos de VC no mundo em termos de performance e especializada no investimento de capital em startups, esteve presente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para a abertura do Fórum Técnico Startups em Minas – A construção de uma nova política.
O investidor israelense palestrou durante o painel sobre a experiência de Israel na construção de um ambiente propício ao desenvolvimento da inovação tecnológica. Para ele, seis pilares foram necessários para tornar isso uma realidade no país: talento, investidores, empresas multinacionais, incentivos governamentais, instituições universitárias e cultura empreendedora.
Israel, um país de cerca de 8 milhões de habitantes, é o terceiro em volume de negócios na Nasdaq (bolsa de valores americana, que reúne empresas de alta tecnologia do mundo todo), atrás somente dos Estados Unidos e da China. Em número de empresas do tipo startups, Israel só perde para o Vale do Silício, nos Estados Unidos. O gigante Waze, adquirido pelo Google, nasceu em Israel como startup. Hoje, no país, existem mais de 300 multinacionais baseadas em tecnologia. Investimentos em segurança cibernética, mobile, realidade aumentada, geração de energia, biotecnologia e tecnologia de armazenamento são exemplos de algumas das milhares de startups do país, que também tem o maior número de engenheiros per capita do mundo.
Segundo Uri, uma empresa pode ser considerada startup se for estruturada em uma base tecnológica inovadora, se pretende desenvolver um produto ou serviço que ainda não existe no mercado e se estiver disposta a correr alto risco no mercado. Além do bom produto, existem alguns pré-requisitos, baseados na experiência israelense, para que um empreendimento do tipo startup tenha sucesso: talento das pessoas envolvidas; cultura de empreendedorismo local; capital que é investido; universidade forte e que se relaciona com os empreendedores; e incentivos e apoio governamental. Para o investidor, os empreendedores brasileiros também devem almejar o mercado mundial, desde o nascimento de suas empresas, e não concentrar esforços, primeiramente, apenas no mercado local, como ainda é o costume.
O cônsul para Assuntos Econômicos de Israel Daniel Kolbar acredita que o modelo de incentivo do governo israelense teve um papel importante no sucesso do ecossistema de inovação no pais: “compartilhar os riscos com a iniciativa privada é a chave. Dessa forma, o governo participa com até 50% dos custos de pesquisa e desenvolvimento com fundos perdidos que se tornam empréstimos com juros baixos caso o produto seja comercializado com sucesso. O governo nunca fica com Equity e não pretende compartilhar as receitas, e se limita a compartilhar apenas o risco”. disse ele. Outro programa governamental oferece apoio para que novas empresas multinacionais se instalem nas periferias do país. Nesse caso, o governo paga 40% dos salários dos empregados da empresa por até 24 meses. O Consul lembrou, também, que Brasil e Israel possuem enorme potencial de cooperação e que Israel é o único pais fora da América Latina que possui um Acordo de Livre Comercio com o Brasil, dentro do bloco do MERCOSUL.
Assista a palestra completa de Uri Adoni clicando neste link.
Fonte: Israel Trade Brasil