McDonald’s do Brasil adota bandejas sustentáveis feitas com tecnologia israelense

Restaurantes da rede McDonald’s do Brasil passaram a utilizar bandejas feitas com a tecnologia de conversão de resíduos da UBQ Materials, substituindo o plástico por um material mais sustentável.

A UBQ, empresa israelense que desenvolveu um processo patenteado que converte lixo doméstico em um substituto termoplástico totalmente reciclável, anunciou que iria fornecer cerca de 18,000 unidades da bandeja nas próximas semanas.

A parceria com a Arcos Dorados (ou Golden Arches), que é a maior franquia independente de restaurantes McDonald’s do mundo e opera unidades da marca na América Latina e Caribe, foi anunciada no final de 2019.

As novas bandejas são o primeiro passo de uso de materiais UBQ nos estabelecimentos, cuja primeira fase distribuiu 7,200 bandejas para 30 restaurantes em 20 capitais estaduais. A inciativa será gradualmente expandida para todos os restaurantes da rede em território brasileiro, com 11,000 bandejas adicionais já em produção.

Enquanto as novas bandejas possuem o logo da UBQ, a empresa garante que consumidores “não perceberão diferenças nas icônicas bandejas, já que o impacto desta colaboração se dá em medidores intangíveis como a diminuição na emissão de gases carbônicos” durante sua produção. Isto porque, mais de 1,200 quilos de resíduos deixaram de ir ao lixão como resultado da iniciativa.

A medida faz parte de um plano abrangente do McDonald’s para reduzir o uso do plástico em seus restaurantes e operações.

Segundo a Arcos Dorados, a implementação das bandejas produzidas pela UBQ complementa uma série de iniciativas focadas na redução do plástico, incluindo a substituição de embalagens e a suspensão do uso proativo de canudos plásticos em seus restaurantes.

“A parceria com a UBQ é mais um passo em direção à introdução de soluções inovadoras para melhorar o mundo que nos cerca, e estamos orgulhosos em tomar este primeiro passo, apoiando uma tecnologia que transformará a forma que a sociedade recicla seu lixo orgânico”, disse Gabriel Serber, Diretor de Desenvolvimento Sustentável e Impacto Social na Arcos Dorados.

Albert Douer, presidente executivo da UBQ, afirma que a empresa “tem o potencial para revolucionar a forma que enxergamos o descarte, transformando o lixo de problema em um recurso valioso para a manufatura”. Complementa que “o mercado como um todo está demandando soluções sustentáveis e a indústria do fast-food não é exceção. A UBQ permite que sejam criados produtos com um impacto positivo no planeta, sem comprometer a lucratividade, pois a solução é tão simples quanto sua implementação”.

A UBQ foi fundada em 2012 por Rabbi Yehuda Pearl, também fundador da marca de Hummus globalmente reconhecida Sabra, e Jack ‘Tato’ Bigio, um empreendedor no setor de energias renováveis. A empresa, cujo nome deriva da palavra “ubiquitous” (ou ubíquo), produz um material patenteado convertido 100% de lixo domiciliar como restos de alimentos, plásticos sortidos, papel, papelão, embalagens e fraldas. Este lixo é reduzido aos seus componentes naturais mais básicos, e depois remontado e misturado em uma matriz que cria um novo material com aplicações para diversas indústrias, incluindo carrinhos de supermercado, tubulações, lixeiras e partes automotivas.

Nos Estados Unidos da América, a Central Virgina Waste Management Autority (CVWMA) está usando milhares de lixeiras feitas com o material da UBQ. Ano passado, a empresa anunciou diversas oportunidades, incluindo: uma parceria com a Daimler para testar o produto em partes automotivas “limpas”; uma colaboração com a indústria automotiva indiana Motherson Group para implementar o material termoplástico da UBQ em sua linha de produção; e, um piloto com a Mainetti para a criação de cabides sustentáveis.

Em uma entrevista com a NoCamels em 2019, Bigio disse que a UBQ representa uma solução positiva para o clima, que inclui eficiência energética e processos amigáveis para o meio-ambiente, pois não são produzidas emissões, não se faz uso de água, e nenhum dejeto é deixado para trás. É evitada a emissão de 1.17 quilos de dióxido de carbono por quilo de UBQ produzido.

A UBQ tem uma unidade fabril em Kibbutz Tze’elim, no sul de Israel, onde cerca de 7,000 toneladas de lixo são convertidas por ano, e está preparada para inaugurar um planta nos Países Baixos, além de planos para fazer o mesmo no Estados Unidos da América.

Fonte: NoCamels e IsraelTrade

Foto: Fonte: Arcos Dorados/McDonald’s