Mais de vinte anos atrás, quando Damian Goldring e Dror Sharon tornaram-se amigos, eles nunca imaginariam que ajudariam na produção de um avanço tecnológico que irá impactar o ano de 2016. Os dois, que estudaram juntos na Technion em Haifa, desenvolveram o SCiO, o primeiro sensor molecular do mundo que digitaliza a composição química dos materiais e envia as informações diretamente a um smartphone.
Fornecido pela Consumer Physics, SCiO permite a qualquer pessoa verificar as moléculas e cadeias químicas de qualquer objeto físico ou materiais, incluindo comida, remédio e mais. Simplesmente apontando o dispositivo aos objetos, usuários poderão receber informações variadas, do estilo molecular de móveis da sala até nossa ingestão nutricional.
Por exemplo, durante as compras de supermercado, o SCiO pode ser usado para detectar a quantidade de açúcar em uma fruta ou verificar para saber se um abacate está maduro ou não. Pode verificar o teor de gordura do queijo e exatamente quantas calorias são consumidas durante o jantar.
Goldring, o cofundador da empresa, disse em uma entrevista à TPS que ele e Sharon foram inspirados a desenvolver este dispositivo revolucionário pela necessidade de aprender mais sobre o mundo físico.
“Começamos a empresa há quase cinco anos, porque sabíamos que as pessoas queriam saber mais sobre as suas vidas, como a sua saúde e alimentos. Nós realmente não sabemos muito sobre o que comemos, assim inventamos a tecnologia spectrocity que analisa materiais usando óptica. O Google não faz o trabalho porque é bastante genérico e não é aplicável ao objeto real na sua frente,” disse Goldring.
Embora essa tecnologia tenha sido de fato disponível por alguns anos, Goldring disse à TPS que a sua utilização em massa tem sido dificultada por seus custos altos, exigências de grandes máquinas e consequente restrições a laboratórios.
A empresa, com sede em Hod Hasharon, desenvolveu seu primeiro e segundo protótipo no final de 2013 e 2014 respectivamente, após levantar impressionantes 3 milhões de dólares de mais de 13 mil financiadores durante uma campanha de pontapé inicial bem-sucedida.
Desde abril de 2015, milhares dos tais dispositivos foram entregues aos desenvolvedores e financiadores em mais de 120 países. No entanto, de acordo com Goldring, os consumidores regulares podem esperar nos primeiros meses de 2016 um aplicativo que poderão baixar em seus smartphones. “Desta forma, não apenas desenvolvedores, pesquisadores e empresas podem verificar as coisas. Qualquer pessoa será capaz de verificar alimentos e medicamentos e simplesmente explorar o mundo diante de seus olhos”.
Ele ainda deu detalhes sobre por que utilizar o aplicativo exigirá possuir o próprio dispositivo. “O dispositivo irá se comunicar com o telefone e o telefone irá se comunicar com o nossa central de serviço que tem toda a tecnologia da informação. Essa informação será então traduzida para o usuário “, disse ele à TPS.
Goldring, que se mudou da Argentina para Israel quando era criança, é doutor pela Universidade de Tel Aviv e é especializado em eletro-óptica, enquanto Sharon, graduado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, gerencia o aspecto comercial da empresa. Juntos, eles montaram uma equipe de profissionais diversificada, composta por 65 especialistas em ciência e gestão, empenhada na melhoria da qualidade de vida do cotidiano das pessoas.
Fonte: TPS / Texto: Alexander J. Apfel / Tradução: Otton Leal Borges