“Todos entendem que você compra relógios suíços da Suíça e segurança da informação de Israel”, diz o CEO da CyberArk.
Sony, o New York Times, Wells Fargo, o Bank of America e webmasters de governos em todo o mundo descobriram de uma forma difícil que nenhuma rede de computadores está imune a hackers habilidosos em busca de informações e identidades para roubar, segurança para comprometer e negócios a paralisar.
Da mesma forma que a ameaça global dos ciberataques cresce de forma exponencial, também crescem as empresas que desenvolvem software para combatê-los. Alguns dos mais antigos e confiáveis players do mundo estão sediados em Israel (começando com a Check Point Technologies, fundada em 1993), ou têm operações de P&D aqui.
“Todos entendem que você compra relógios suíços da Suíça e segurança da informação de Israel”, diz Udi Mokady, CEO da CyberArk Software, a maior empresa privada de cibersegurança de Israel desde a recente aquisição da empresa israelense de segurança de dados financeiros Trusteer pela IBM. A IBM planeja agora abrir um laboratório de cibersegurança em Israel.
Mokady observa que os israelenses precisaram inovar tanto na segurança física como na cibersegurança para ficar um passo à frente das ameaças. “É uma grande parte da nossa vantagem e os clientes sabem disso”, diz o CEO, que serviu em uma unidade de inteligência militar e possui graduações em Direito e Administração.
O termo “ciberataque” não estava no vocabulário de todo mundo em 1999, quando Mokady cofundou a CyberArk. Agora, ela emprega 300 pessoas no mundo todo, metade delas no centro de P&D de Petah Tikva, que está contratando mais 50 trabalhadores, já que a versão mais recente do pacote de software de segurança da CyberArk foi lançada no mês passado. Mais de 40% da Fortune 100 e 17 dos 20 maiores bancos do mundo estão entre os seus 1.400 clientes.
Até alguns anos atrás, diz Mokady à ISRAEL21c, os dólares de investimento serviam de suporte a soluções direcionadas a manter os invasores afastados. A CyberArk, ao invés disso, desenvolveu um software premiado que “bloqueia” a infraestrutura crítica de TI, monitorando e registrando tudo que é feito com os dados acessados através de usuários autorizados (“privilegiados”) nas instalações, fora das instalações ou na nuvem.
À direita, Chen Bitan, da israelense CyberArk, com o Presidente de Israel Shimon Peres e Erel Margalit, da JVP Venture Capital.
“Dada a quantidade de ataques sofisticados lá fora, a fronteira entre o elemento interno e o externo desapareceu”, diz Mokady. Isso levou a uma demanda maior por soluções “de dentro pra fora”.
“A CyberArk foi a primeira a reconhecer a vulnerabilidade significativa das contas de acesso privilegiado”, diz Nimrod Kozlovsky, da Jerusalem Venture Partners (JVP), uma das principais financiadoras da empresa, ao lado da Goldman Sachs. “Uma grande parte da maioria dos ataques que vemos está relacionada ao abuso de contas privilegiadas e à exploração delas para obter acesso a recursos confidenciais”.
Kozlovsky está administrando a nova incubadora Cyber Labs da JVP, lançada em maio passado em colaboração com a Universidade Ben-Gurion do Negev, sob o Gabinete do Cientista Chefe de Israel.
Como a maior investidora na cibersegurança israelense, a JVP vem respondendo a dezenas de pedidos de financiamento inicial e viu uma oportunidade de nutrir a próxima onda de empresas de cibersegurança e grandes dados a emergir de Israel.
“Há um reconhecimento comum agora de que os produtos existentes para cibersegurança são limitados em escopo”, diz Kozlovsky à ISRAEL21c. “Vemos uma mudança de paradigma nos sistemas de segurança, de uma reação após um ataque ser identificado para sistemas proativos, que podem prever e evitar um ataque”. A GE já assinou contrato como investidora em uma das primeiras startups da incubadora.
No passado, um capitão na unidade de guerra eletrônica das forças armadas e cofundador da PLYmedia e Altal Security, Kozlovsky cofundou o programa de segurança da informação e cibersegurança na Universidade de Tel Aviv. O advogado e cientista da computação educado em Yale observa que Israel tem cerca de 20 anos de experiência em guerra cibernética.
“Temos a qualificação para entender os vetores de ciberataques. Temos um ecossistema forte de empresas de segurança da informação e um governo disposto a testar novas ferramentas”, diz. “É um bom momento para o investimento em cibernética em Israel”.
Elementos externos são internos
Há uma boa razão para o negócio estar crescendo. Apesar dos ataques de hackers de alto nível, muitos sistemas não estão adequadamente protegidos.
A empresa de cibersegurança de Moscou Kaspersky Labs – que inaugurou uma filial israelense há alguns meses – descobriu que apenas 6% das empresas consultadas ao redor do mundo entende a ameaça diária dos ataques por malware.
A CyberArk descobriu na sua consulta anual mais recente que 80% de quase mil executivos globais e profissionais de segurança de TI acreditam que os ciberataques representam um risco maior à sua nação do que os ataques físicos, e 51% acreditam que um ciberatacante está atualmente na sua rede corporativa ou esteve no último ano.
Já que não há um dia sem notícias da mais recente batalha no front da ciberguerra, empresas israelenses, novas e consagradas, que lidam com todos os diferentes aspectos do problema, estão bem posicionadas para vender produtos.
Quando o Presidente israelense Shimon Peres visitou a JVP em junho passado, a empresa de capital de risco escolheu a CyberArk para representar o setor de segurança da informação. Chen Bitan, gerente-geral da CyberArk para a Europa, Oriente Médio e África, deu a Peres um livro-cofre para simbolizar a abordagem da empresa com relação à proteção das informações.
Na liderança do escritório corporativo da CyberArk na área de Boston, Mokady frequentemente é solicitado para falar localmente sobre o fenômeno da “Nação das Startups”.
“Embora não sejamos mais uma startup, há uma agilidade israelense e uma abordagem do tipo ‘nunca diga nunca’, que foi crucial desde o primeiro dia, mas é um elemento muito importante, mesmo hoje, pois estamos diante de um problema complexo e em constante mudança”, diz. “A ciberguerra não se trata mais de um hacker sentado na sua sala de estar, mas um processo sofisticado financiado por Estados-nações”.
Fonte: http://israel21c.org/technology/israel-is-the-go-to-address-for-cyber-security/