Indústria de proteínas alternativas de Israel deve gerar 10.000 empregos e US$ 2.5bi até 2030

Um relatório foi publicado pela Autoridade de Inovação de Israel (IIA), pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) através da rede da Quarta Revolução Industrial (C4IR) liderada pelo C4IR Israel, e pelo Good Food Institute Israel. O documento examina o papel do apoio governamental às proteínas alternativas e apresenta o ecossistema israelense como um modelo inovador que outras nações podem adotar.

As projeções do relatório são promissoras: até 2030, com uma estratégia nacional bem coordenada, Israel pode apoiar mais de 200 empresas de proteínas alternativas e estabelecer uma dúzia de instalações de fabricação. Esse crescimento pode criar 10.000 empregos — um terço deles na manufatura — e contribuir com aproximadamente US$ 2.5 bilhões para a economia através de exportações, salários e impostos.

Além disso, o relatório mostra que Israel ocupa o segundo lugar mundial em investimentos privados em proteínas alternativas, representando quase 10% do total global, ficando atrás apenas dos EUA. Só em 2023, 15 novas startups se juntaram às mais de 80 já ativas no setor.

Avanços nas proteínas alternativas

Segundo o relatório, a Autoridade de Inovação de Israel (IIA) promove um ecossistema de inovação investindo em pesquisas acadêmicas aplicadas, startups inovadoras e colaboração internacional para acelerar a adoção de proteínas alternativas e garantir um futuro alimentar mais resiliente e sustentável. O governo também avançou significativamente ao estabelecer um sistema regulatório para novos alimentos.

Nos últimos dez anos, a IIA apoiou a indústria de tecnologia alimentar com mais de NIS 230 milhões em subsídios, dos quais mais de 140 milhões foram destinados às proteínas alternativas. Em 2022, o governo israelense declarou a tecnologia alimentar e as proteínas alternativas como prioridade nacional, em consulta com o GFI Israel.

Investimentos significativos em infraestrutura incluem um investimento de US$ 18 milhões no Consórcio Israelense de Carne Cultivada, uma colaboração entre instituições acadêmicas, grandes empresas e startups, incluindo Aleph FarmsTnuva e SuperMeat. Em 2023, a IIA anunciou que investiria NIS 50 milhões (aproximadamente US$ 14 milhões) em P&D de fermentação para empresas locais e estrangeiras de tecnologia alimentar.

Além disso, em parceria com o Gabinete do Primeiro-Ministro e o Ministério da Saúde, as políticas da IIA estão avançando o setor, com Israel sendo o primeiro a aprovar carne bovina cultivada e o terceiro a aprovar um produto de carne cultivada.

Dror Bin, CEO da IIA, comenta sobre o relatório: “A abordagem proativa de Israel para promover a inovação em proteínas alternativas reflete nosso compromisso em moldar um futuro sustentável para as próximas gerações.”

Acelerando a adoção

Os autores destacam as implicações do relatório para formuladores de políticas globais, líderes da indústria e inovadores. Segundo eles, o modelo de tecnologia alimentar israelense ajuda a garantir aos investidores a viabilidade do mercado e inspira confiança no direcionamento de capital para essas tecnologias.

Para os formuladores de políticas, os autores enfatizam que colaborações bilaterais e multilaterais, pesquisas conjuntas e a harmonização de padrões são instrumentos poderosos para construir uma rede global robusta e recursos que, eventualmente, fortaleçam os stakeholders locais. Eles sugerem que essa abordagem cooperativa pode aumentar a força da indústria local e resolver falhas de mercado que dificultam o crescimento do setor privado, impulsionando os ativos de qualquer país.

Em relação aos stakeholders da indústria alimentar, eles destacam que grandes corporações devem aproveitar as oportunidades iniciando ou expandindo colaborações com empresas de proteínas alternativas. Parcerias entre agricultores, indústrias alimentares, farmacêuticas e startups de tecnologia alimentar podem alavancar a expertise coletiva para aumentar a produção e a inovação em proteínas alternativas.

Por fim, o relatório enfatiza o potencial de aproveitamento de subprodutos agrícolas excedentes para a produção de proteínas alternativas, promovendo a circularidade na cadeia alimentar, otimizando recursos e fortalecendo a resiliência agrícola.

Bruce Friedrich, presidente e fundador do Good Food Institute, comenta: “Proteínas alternativas são a única intervenção climática nos sistemas alimentares que se assemelha à energia renovável e aos veículos elétricos (EVs).

“Isso é verdade de duas maneiras: primeiro, as energias renováveis, os EVs e as proteínas alternativas não tentam mudar o desejo humano de consumir energia, dirigir e comer carne; eles mudam a forma como esses produtos são produzidos. Segundo, a ciência e a escala em uma parte do mundo podem ser replicadas globalmente, porque as energias renováveis, os EVs e as proteínas alternativas são soluções baseadas no mercado que – uma vez que os principais desafios sejam enfrentados – podem acelerar rapidamente a adoção global.”

Fonte: Vegan Business – Foto: Vegan Liftz