A Netafim Brasil é líder em irrigação por gotejamento. A empresa israelense completa este ano 20 anos de atuação no mercado brasileiro, tendo iniciado suas atividades na região Nordeste do Platô de Neopólis-SE. Segundo Marcos Kawasse, gerente comercial da empresa, após a instalação dos projetos de irrigação nessa região, houve uma grande expansão para o resto do país, principal mente no cerrado mineiro com café, para outras regiões do Nordeste com frutas tropicais, e no Estado de São Paulo com citricultura e cana-de- açúcar. “Falando mais especificamente do mercado canavieiro, no início eram instalados projetos de aproximadamente 5 ha em várias usinas espalhadas pelo Brasil, mas o grande projeto de cana veio em 2008, com a venda de 1.500 ha para uma única usina.
Após essa data, a venda para o setor não parou de crescer, sendo que em média é comercializado, atualmente, de 2 mil a 3 mil ha de gotejamento por ano apenas para cana-de-açúcar”, conta.
De acordo com o gerente, a irrigação localizada por gotejamento oferece vários benefícios aos produtores e usinas, entre eles o aumento da produtividade dos canaviais que pode variar de 50 a 100% dependendo do ambiente de produção em que a cultura se encontra e aumento na longevidade sem a necessidade de reforma do canavial.
Além de garantir que não haja o desperdício de água. “Já temos casos no Brasil em que a lavoura está com 18 cortes sem a necessidade de reforma, sendo que, para esse caso, estimamos que chegará a 20 cortes. Além disso, podemos citar a possibilidade de realizar os tratos culturais através do sistema de irrigação por gotejamento, como a adubação (nutrirrigação), controle de pragas do solo (quimicação), o uso de maturadores, ácidos orgânicos e até mesmo o uso da vinhaça”, explica Kawasse, afirmando que esses quesitos visam à redução do custo da tonelada de cana, pois, utilizando o sistema para a realização dos tratos culturais, pode-se diminuir o uso de maquinário, gastos com óleo diesel e mão de obra.
Outro ponto importante é a melhora no corte e carregamento, onde é possível reduzir o custo em mais de 20%, contabiliza o profissional.
A cana está entre as quatro principais culturas atendidas pela empresa, assim como café, citrus e vegetais. “Cada ano, desde 2010, uma dessas culturas é a principal, devido a algum projeto especifico.
No ano de 2014, a cana foi a principal de vendas, com cerca de 25% de todas as negociações. Esse ano a cana representa cerca de 15% de todas as vendas e esperamos para o próximo ano, voltar a crescer essa participação” esclarece o especialista.
O investimento para a implantação deste sistema depende da lâmina de água que vai utilizar, da topografia, da distância da fonte de água, podendo variar de R$ 7.500,00 a 10.000,00 por hectare. “O capex (investimento inicial) é um pouco mais elevado quando relacionados às outras tecnologias de irrigação, no entanto, devido aos benefícios de aumento de produtividade, aumento da longevidade, maior produção de ATR/ha, diminuição nos custos de CCT, diminuição nos custos de arrendamento entre outras, esse valor de investimento, em média está se pagando com 2,5 a 3 anos. Lembrando que a estimativa é que o canavial fique, pelo menos, 10 anos sem reforma, com o payback (prazo de retorno) de 3 anos, o produtor/usina terá 7 anos com os benefícios”, elucida.
Fonte: Andréia Vital – Revista Canavieiros –edição 112