A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) irá contar com a parceria de empresas estrangeiras para desenvolver, no Polo Industrial e Tecnológico da Saúde do Ceará, no Eusébio, medicamentos para doenças raras. A empresa israelense Protalix e o centro norte-americano Fraunhofer ajudarão no desenvolvimento biológico a partir de célula vegetal. Segundo o Ministério da Saúde, essa será a primeira fábrica do País a produzir medicamentos a partir de vegetais, como a cenoura e o tabaco.
O anúncio da parceria foi feito, ontem, em Brasília, durante encontro do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis). No total, serão 27 parcerias entre laboratórios públicos e privados as quais irão resultar na produção de 14 medicamentos. O governador do Ceará, Cid Gomes, participou do evento e destacou o papel do Estado para a consolidação do Polo de Saúde.
A previsão do Governo para o funcionamento da fábrica da Fiocruz no Ceará é 2016. No total, serão disponibilizados R$ 170 milhões em investimentos nas instalações da planta no Eusébio.
Inicialmente, a unidade irá produzir medicamentos para combater a doença de Gaucher, que é uma anomalia genética rara, e uma vacina contra a febre amarela.
Dados do Ministério da Saúde apontam que as parcerias, incluindo a da Fiocruz no estado, possibilitarão uma economia de R$ 225 milhões por ano na compra de medicamentos. Segundo o coordenador da Fiocruz no Ceará, Carlile Lavor, os investimentos realizados pelo Governo objetivam estimular a produção nacional de medicamentos que, atualmente, são comprados no Exterior.
“O Governo Federal está muito preocupado com a indústria da saúde. Tudo que é novo na saúde é importado. Isso cria um problema grave. Se continuar nesse ritmo, nós não vamos ter dinheiro para importar, por isso a importância do polo do Ceará”.
Conforme Lavor, além da Fiocruz, irão ocupar o polo unidades do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer e do Instituto Federal de Ensino. Três empresas estão confirmadas – Isofarma, Natural e Point Suture.