Estácio contrata empresa para averiguar vazamento de emails

A Estácio Participações contratou a israelense ICTS International para investigar uma violação de segurança que permitiu acesso aos emails trocados entre o presidente da empresa, Pedro Thompson, e um advogado do escritório Demarest Advogados.

Um dia após o vazamento dos emails, a Estácio anunciou que contrataria uma empresa para averiguar a falha de segurança, que culminou no afastamento de Thompson dos assuntos sobre a fusão com a Kroton.

A ICTS, que trabalha com a consultoria de segurança Control Risks, foi contratada em 18 de fevereiro, dois dias depois que a Estácio descobriu sobre as mensagens.

A troca de emails sugeria que o presidente da Estácio estaria procurando formas de barrar a transação, que criará uma instituição de ensino superior com cerca de 1,6 milhões de alunos.

A Estácio negou que Thompson estivesse tentando encontrar modos de inviabilizar o acordo, mas o retirou de um grupo que discutia os termos da fusão no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira (17), a empresa diz que segue comprometida com a conclusão do acordo de 27 bilhões de reais, aprovado pela maioria dos acionistas.

A Kroton também refutou alegações de interferência na gestão da Estácio antes da aprovação da aquisição pelo Cade, prática conhecida como “gun jumping”, após o jornal Valor Econômico ter revelado o teor dos emails na sexta-feira.

Alegações de que a Kroton estaria interferindo na gestão da Estácio não são novas para o Cade.

Em 12 de setembro, a autoridade pediu esclarecimentos a ambas as companhias sobre uma informação recebida de que a Kroton estaria envolvida na demissão de 180 executivos da Estácio, depois que a fusão foi anunciada.

Em resposta, o escritório de advocacia Demarest confirmou que 73 executivos foram demitidos, mas negou que a redução do quadro de funcionários tivesse sido orquestrada pela Kroton.

O Cade deve concluir a análise do negócio até o fim de julho, usando o prazo máximo de 330 dias. Em fevereiro, o órgão divulgou parecer técnico em que sugere que a fusão pode prejudicar a competição no setor.

(Com agência Reuters)