Jairo Okret é senior client partner da Korn Ferry International e líder da prática de telecomunicações, tecnologia e serviços profissionais para a América Latina. Suas especialidades são buscar executivos e desenvolver talentos e liderança para clientes nestes mercados.
Conte-me sobre sua trajetória profissional?
Sou formado em Engenharia Civil pela POLI – USP, e em Economia pela FEA-USP, com MBA pela Indiana University, como bolsista da Fulbright. Após o MBA, iniciei minha carreira na McKinsey & Co, nos escritórios da Península Ibérica, onde fazia o trabalho de consultoria focado no processo de desenvolvimento e transformação de negócios. De Portugal, mudei-me para a Holanda, onde passei a atuar como consultor na Booz, Allen & Hamilton, na área de tecnologia e telecomunicações. Ainda na Holanda, fui gerente de estratégia e diretor de marketing da área de comunicações móveis da KPN. Em 1998 vim para o Brasil como diretor executivo de marketing durante o lançamento da BCP (que hoje faz parte da Claro). Um ano depois ingressei na A.T. Kearney, onde me tornei vice-presidente e liderei, por vários anos, a prática de telecomunicações e alta tecnologia, conduzindo projetos de consultoria em estratégia, organização e operações. Em 2005 ingressei na Korn Ferry International.
Como é o trabalho da Korn Ferry e desde quando ela está no Brasil?
A Korn Ferry International é provedora de soluções para a gestão de talentos, com presença em mais de 40 países nas Américas, Ásia, Europa, Oriente Médio e África. A empresa, que atua no mercado brasileiro há mais de 35 anos, oferece serviços e soluções que ajudam os clientes a identificar, recrutar, desenvolver, reter e recompensar seus respectivos talentos.
Como você avalia o mercado de trabalho nos dias de hoje? Quais as carreiras mais promissoras?
Os profissionais de hoje precisam estar muito bem preparados. É importante ter um plano, saber o que se pretende fazer no longo prazo, ter uma boa formação técnica, falar línguas e entender o mundo. Na minha área, que é a de tecnologia, faltam talentos executivos. Muitos profissionais de sucesso no setor não começaram a carreira dizendo “quero ser um alto executivo de tecnologia”. No Brasil, o número de jovens que estudam matérias técnicas é muito menor do que nos outros países e há espaço no mercado para o “profissional digital”, que entende as linguagens e os processos digitais. Isso vale para todas as áreas.
Quais seriam as suas recomendações aos jovens que ingressam no Mercado? O que fazer para serem bons líderes?
O jovem que está começando a carreira deve se esforçar para entrar na melhor Universidade, fazer outras atividades, cursos de extensão que não sejam ligados apenas à sua área de atuação, além de aprender outras línguas. Para ser um bom líder é preciso ter competências como flexibilidade pessoal, foco no resultado, saber realizar através de pessoas, ter habilidade de comunicação, inspirar pessoas e motivar o grupo na busca de resultados efetivos.
Em sua avaliação está havendo uma debandada ou ingresso de cérebros no Brasil (há muitos estrangeiros vindo trabalhar aqui ou mesmo brasileiros que voltam ao seu país ou há mais brasileiros indo trabalhar fora)?
Hoje o número de profissionais e executivos que estão vindo morar e trabalhar no Brasil é muito maior do que brasileiros que buscam oportunidades no exterior. Ainda há um maior interesse por parte dos executivos ao redor do mundo pelo nosso país.
O que as empresas devem fazer para reter os bons profissionais?
Quanto mais engajado o profissional estiver na empresa, menos vulnerável ele ficará. Para que isso aconteça, ele deve acreditar na liderança, sentir-se feliz e realizado. É importante que além da parte financeira, o profissional se sinta valorizado e goste do que faz.
Ao longo de sua carreira, qual foi seu maior desafio?
Foram muitos, mas posso dizer que o mais difícil foi o mais recente, de quando ingressei na Korn Ferry. Foi uma época em que estava iniciando uma grande mudança no processo de trabalho, um processo de transformação, com desafios de crescimento no mercado e de estruturação de um novo time. Quando olho para trás, vejo que muito já foi feito, mas que ainda temos muito a fazer, muito para aprender e reinventar.
Como é o relacionamento da Korn Ferry com a Câmara Brasil Israel?
Somos associados da Câmara Brasil Israel. Sempre que posso participo dos eventos, que são de alto nível e geram uma excelente oportunidade de networking. Além disso, a Câmara nos ajuda no contato com empresas israelenses que estão se estabelecendo no Brasil e precisam do nosso apoio.