ENTREVISTA COM A Dra. Waleska Santos

Fundadora e presidente da HOSPITALAR Feira + Fórum, Dra. Waleska Santos dirigiu todas as edições da feira desde 1994, comandando pessoalmente o processo que fez o evento crescer e diversificar-se, conquistando posição de destaque no setor da saúde, que movimenta atualmente cerca de 10% do PIB brasileiro.

Médica e empresária,  ela também se dedica aos demais projetos de promoção comercial do Grupo Couromoda, onde exerce o cargo de vice-presidente, com forte atuação no Brasil e no exterior. Em 2013, à convite da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria, participou da Missão Médica a Israel, chefiada pelo Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha, e  que contou com a participação de renomados médicos, professores e autoridades da área da Saúde.

Como surgiu a  HOSPITALAR e o que ela representa hoje?

A HOSPITALAR- Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios, realizada em São Paulo, consagrou-se como o maior evento especializado nesta área em todo continente americano. Ela é a  mais completa mostra de produtos para a área de saúde, com milhares de itens em equipamentos médicos, produtos e serviços, funcionando como palco de novos lançamentos e ponto de encontro entre fornecedores e seus clientes.  A cada ano, a Feira recebe cerca de 1.250 expositores e 90.000 visitas profissionais, incluindo pesquisadores,  pensadores do setor da saúde e milhares de dirigentes hospitalares, médicos, enfermeiros e profissionais que influenciam e/ou decidem as compras de hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios.

A HOSPITALAR também se consolidou como um importante fórum da saúde. Em 2013, aconteceram 60 eventos simultâneos, entre congressos, jornadas e reuniões setoriais, onde foram discutidos rumos e tendências na área de gestão de negócios para estabelecimentos de saúde.

Quais fatores foram decisivos para o sucesso da HOSPITALAR e qual o seu papel hoje no setor de saúde?

Agregar novas visões à temática da saúde tem sido a tônica do nosso trabalho. Ao longo de mais de duas décadas de atuação, a HOSPITALAR  soube agregar pessoas, instituições, valores e competências, traçando uma agenda positiva para o setor de saúde.  Esteve sempre atenta às necessidades, anseios e demandas do setor, sabendo perceber, ouvir, interpretar e propor soluções e alternativas, se antecipando às tendências.  Hoje, a HOSPITALAR está na Agenda Mundial. Ela é realizada em cooperação com a MEDICA – Feira Mundial da Medicina, que acontece na Alemanha.  Desde 2000, a direção da HOSPITALAR conta com o diploma de Feira Comercial Certificada, concedido pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, o que representa uma recomendação oficial aos empresários americanos, indicando a feira como eficiente e adequado canal de negócios para o mercado de saúde no Brasil e na América Latina.

Quantos países participaram da última edição do evento?

Em 2013 tivemos um recorde de visitação internacional, com cerca de cinco mil compradores estrangeiros provenientes de 74 países. Tradicionalmente o evento recebe muitos profissionais da América Latina, Bolívia, Chile, Peru e Uruguai, mas a área de influência da HOSPITALAR é muito maior, fato comprovado pelos países visitantes: Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Indonésia, Israel, Itália, Inglaterra. Coreia do Sul e Emirados Árabes, entre outros. Na última edição também recebemos a visita de ministros da Alemanha, Dinamarca, Reino Unido e Irlanda do Norte.

Como a senhora enxerga o futuro  da saúde e dos hospitais no Brasil?

O futuro da saúde deve estar focado em Pesquisa e Inovação.   Por este motivo,  o CISS –  Congresso Internacional de Serviços de Saúde, que acontece durante a HOSPITALAR,  terá como tema central a inovação na área de saúde, com apresentação de cases de sucesso de países como EUA, Alemanha, Inglaterra e Israel, além de exemplos de ações inovadoras desenvolvidas por empresas que atuam no Brasil.

Em 2013 a senhora participou da Missão Médica a Israel. Quais foram as suas impressões e o que mais lhe surpreendeu?

Esta foi minha primeira viagem a Israel e fiquei realmente surpresa ao conhecer os avanços na área da medicina e ao visitar instituições como o Hospital Rambam e o Instituto Technion, e também ao constatar que as empresas de engenharia estão alinhadas com os hospitais na pesquisa e desenvolvimento de produtos.  A Missão Médica também foi importante para aproximar a academia brasileira dos líderes israelenses da saúde, além do próprio networking entre os participantes do nosso grupo, profissionais de renome com os quais pude aprofundar o contato durante uma semana. Foi realmente uma oportunidade única e inspiradora.

Algo que gostaria de acrescentar?

Precisamos de uma maior conscientização de que a saúde tem que estar em todas as pautas. Além disso, devemos resgatar a importância estratégica do profissional da área de saúde, estimulando nossos jovens a serem médicos.