Empresa israelense tenta emplacar venda de smartphones usados no BR

A Cellebrite profissionaliza a compra e venda de celulares seminovos e oferece tecnologia que faz varredura no celular para verificar integridade, além de possibilitar transferência, backup e restauração de dados

A empresa israelense Cellebrite, controlada pela japonesa SUN, está lançando no Brasil um equipamento voltado para viabilizar a profissionalização do negócio de compra e venda de celulares usados. Diretor geral da empresa na América Latina, Marcos Moraes concedeu entrevista para o portal NOVAREJO e falou das tendências para esse mercado, ainda em desenvolvimento no Brasil.

Moraes prevê para 2014 um crescimento expressivo do setor e já para 2015, a consolidação das vendas de celulares seminovos. “Além de oferecer preços mais em conta, a venda de smartphones usados possibilita a reciclagem de materiais e previne o descarte exagerado de aparelhos”, conta.

A compra e venda de smartphones seminovos é muito comum em países da Europa e nos Estados Unidos. A Cellebrite utiliza um sistema que faz a varredura no celular para verificar a integridade dos componentes e transfere toda a memória do celular usado para o novo, fazendo limpeza profunda dos dados pessoais do usuário, evitando que dados do cliente antigo fiquem no celular.

A Cellebrite tem quase 15 anos de existência, mas iniciou suas operações no Brasil só neste ano. Vende soluções para extração de dados lógicos e físicos de smartphones e dispositivos móveis, ou seja, trabalha com a transferência, backup e restauração de dados. O vendedor pode executar uma série de validações, inclusive reinstalar o programa operacional ali mesmo no ponto de venda e até conferir quais funções do celular estão funcionando perfeitamente e quais estão com problema.

É possível que, enquanto esteja fazendo a venda, o operador conecte o telefone ao sistema e, a partir, daí busque dentro do servidor/operadora qual a melhor oferta. O diretor da Cellebrite argumenta que antes, as pessoas não trocavam tanto de telefone porque a tecnologia não avançava tão rapidamente. “Os aparelhos guardados no fundo de uma gaveta geram alto impacto financeiro e ambiental”, diz.

Revendas de celular nos EUA chegam a pagar por um iPhone 4S (versão superada há pouco tempo) um bônus equivalente a até R$ 350 na compra de um iPhone 5S, que depois é levado à venda pelo equivalente a cerca de R$ 600. Por enquanto, no Brasil este mercado é praticamente todo informal e praticado por pessoas físicas, através de sites como Mercado Livre, onde os aparelhos são vendidos por valores entre R$ 70 e R$ 1200, sempre sem qualquer garantia.

A Cellebrite avalia que sua tecnologia traz segurança e padronização para o negócio de celulares usados e que irá abrir uma nova frente de receitas para as revendas atuais, além de estimular fortemente o surgimento de novas empresas na área. A Cellebrite já está negociando o novo sistema com várias operadoras e revendas de celular no Brasil.