Empresa Israelense desenvolve câmera de leitura para pessoas com deficiência visual

Uma “startup” israelense desenvolveu um sistema de câmera capaz de permitir que pessoas com deficiência visual possam “ler” com facilidade.

Utilizando o dispositivo, a israelense Liat Negrin entrou em uma loja de conveniência, pegou uma lata de vegetais e leu com facilidade o rótulo usando uma câmera simples e discreta acoplada aos seus óculos. Ela tem “coloboma”, um defeito congênito que causa uma perfuração na estrutura do olho e atinge aproximadamente uma em cada 10.000 pessoas.

Até agora, os recursos para ajudar a leitura de deficientes visuais e cegos não passavam de dispositivos incômodos que reconheciam textos em ambientes controlados ou, mais recentemente, aplicativos de software em smartphones com recursos limitados.

A OrCam, por outro lado, é uma câmera pequena, usada de forma muito similar ao Google Glass, que se conecta por meio de um pequeno fio ao computador compacto, desenvolvido para caber no bolso do usuário. O sistema é acoplado aos óculos do usuário com um imã e usa um alto-falante de condução óssea que garante nitidez na leitura das palavras ou objetos apontados pelo usuário.

O sistema foi desenvolvido para reconhecer e falar “texto in-the-wild”, termo utilizado para descrever artigos de jornais, números de ônibus e objetos como pontos geográficos, sinal de trânsito e rostos de amigos. Atualmente, o dispositivo reconhece textos em língua inglesa. Além disso, o OrCam praticamente não necessita de controle ou interface de usuário. Para reconhecer um objeto ou texto, basta apontar para o ele com o dedo e o dispositivo analisa o ambiente.

“O que é mais surpreendente é que o dispositivo aprende com o usuário a reconhecer novos produtos”, destaca Tomaso Poggio, cientista da computação no M.I.T., especialista em visão por computador. Esta semana, os óculos começarão a ser comercializados no site da empresa por U$ 2.500, aproximadamente o preço de um aparelho auditivo.

Apenas nos EUA, 21,2 milhões de pessoas acima dos 18 anos possuem algum tipo de deficiência visual, incluindo doenças da idade, defeitos e doenças congênitas, de acordo com uma Pesquisa de Saúde Nacional do Centro Nacional de Estatísticas da Saúde do país.