Empreendedores devem criar produtos que façam parte da vida dos jovens, diz criador de startup.

Startups do futuro devem entender as necessidades da nova geração.

Você se pergunta qual é a fórmula para que um empreendedor atinja o sucesso? Não existe uma resposta correta, mas uma coisa pode aumentar as chances de um novo negócio dar certo: entender o que as novas gerações querem, e criar um produto que seja parte da vida dos jovens.

Quem diz isso é o israelense Eli Uzan, criador da startup Screenz. A Screenz é uma companhia cross-media responsável pela criação de conteúdo na indústria televisiva desde 2012. Entretanto, eles possuem um diferencial: tudo que é criado é de maneira independente e interativa, além de contratar a nova leva de escritores, roteiristas e produtores da nova geração.

Em entrevista ao R7, Uzan explicou que ter mente certos aspectos ajudam a criar uma fórmula própria para o seu negócio.

— O principal problema das grandes empresas é que muitas delas estão na sua zona de conforto. Elas criam seus produtos, e aceitam que alguns poderão gostar disso, e outros não irão aprovar. As startups precisam pensar ao contrário: elas devem entender o que as pessoas buscam, e oferecer isso a elas. Caso não esteja bom, é importante que elas tentem arrumar até estar o mais perfeito possível.

Além disso, é essencial focar no grupo correto. De acordo com Eli Uzan, raramente pessoas acima de 35 anos irão gostar das criações de startups. Os produtos e conteúdos que fazem parte de suas vidas já estão consolidados.

— O Snapchat, por exemplo, já é o aplicativo mais querido dos adolescentes. Muitos deles estão trocando o Facebook por ele. Por mais que eu não entenda o que o serviço tem demais, eu me forço a usar e converso com jovens para ver a importância do aplicativo na vida deles.

Revolução

Para dar certo, o empreendedorismo deve não apenas entender a necessidade das novas gerações, mas também compreender o que deve acontecer nos próximos anos. Como fazer isso? Estando atento às tendências – como chama Uzan, as nuvens invisíveis.

— Existem as ondas invisíveis: todos veem que algo está mudando, mas as grandes empresas tratam como se fosse invisível. Um exemplo disso é a indústria da fotografia, que antigamente era dominada por poucas empresas. Hoje em dia, todo celular vem com uma câmera e as fotos se tornaram uma coisa social, que é compartilhada. A indústria deve parar de forçar o modelo antigo e tentar se adaptar, entender que as coisas mudaram.

E isso não aconteceu apenas com a indústria de fotos. Filmes, músicas, livros e televisão também estão passando por uma grande revolução. As webseries produzidas pela Screenz provaram a ele que as pessoas agora querem consumir os conteúdos que elas escolherem, e não os que são impostos na programação “normal”.

Apesar disso, a revolução nem sempre significa uma quebra total entre a indústria convencional e as startups. Principalmente em empresas que produzem conteúdo, o futuro indica que ambos passarão a trabalhar juntos. Um canal de TV pode começar a criar programas específicos para os internautas, e produtoras independentes podem vender as suas criações para a mídia tradicional.

Além disso, Uzan destaca que startups não devem ver as grandes corporações como inimigas. Criar uma base própria a partir do que elas fazem pode aumentar as chances de atingir o sucesso.

— No mundo das webseries, se um produtor independente vê que um determinado tipo de humor está dando certo e dando uma boa audiência a um programa, ele pode criar piadas a partir disso. Mas sempre inovando e trazendo um novo olhar.

Passo a passo

Por fim, para aqueles que ainda têm não tem certeza por onde começar, Eli Uzan deu dicas para quem quer “pensar à frente” e ter uma postura empreendedora.

— Eu tenho o costume de todos os dias aprender alguma coisa que eu não sabia ontem. Por exemplo: eu não sou um animador, não sou um diretor, mas tento aprender a tirar boas fotos ou fazer boas filmagens. Vou tentar fazer uma programação simples, por mais que eu não saiba nada disso. Quero aprender a lógica por trás disso. Além disso, treino o meu storytelling e estou sempre aberto a aprender coisas novas.

Ser um empreendedor atualmente não é fácil e não existem garantias para o sucesso, mas ficar atento às dicas dadas por quem já está no ramo pode ajudá-lo, e muito.

Fonte: R7