Economistas voltam a reduzir a previsão de crescimento da economia.

No começo do ano a expectativa de crescimento era de 2,28%. De lá pra cá vem variando até entrar na série de nove quedas seguidas.

Economistas ouvidos todas as semanas pelo Banco Central reduziram pela 9ª vez seguida a previsão para o crescimento do Brasil neste ano.

A economia depende muito de previsões. Elas servem de guia para que o comércio, indústrias, empresas decidam se vão investir e onde vão colocar dinheiro. É como uma previsão do tempo. Se o agricultor que sabe que vem seca pela frente pode decidir não plantar. Se a previsão é de muita chuva, é de tempestade, as cidades podem se preparar para alagamentos e desmoronamentos. E a previsão econômica brasileira cada vez mais diz que o ano é de mau tempo.

O Banco Central divulga toda a semana o boletim com essas previsões. Para isso são ouvidos economistas e instituições financeiras. O boletim divulgado nesta segunda-feira (28) aponta a 9º queda consecutiva na expectativa de crescimento da economia.

“As projeções tão se adaptando a uma realidade, que é uma realidade econômica muito desfavorável. A inflação tá alta e isso dificulta a adoção de política de estímulos. E segundo porque as contas públicas estão comprometidas”, afirma o economista da LCA consultores Celso Toledo.

No começo do ano a expectativa de crescimento era de 2,28%. De lá pra cá vem variando até entrar na série de nove quedas seguidas. Hoje o mercado prevê que o Brasil cresça 0,9% esse ano. De acordo com o economista Marcos Lisboa, uma das causas para o baixo crescimento é a política econômica.

“Introduz uma proteção para um setor específico. Libera crédito para fulano, ajuda a empresa tal a se desenvolver, a comprar alguém que está mais frágil. Essa agenda, na verdade, é parte do problema, não é parte da solução. Ela vem contribuindo para o menor crescimento da produtividade, pra fragilização de várias empresas”, aponta o vice-presidente do Insper Marcos Lisboa.

O crescimento do país é medido pelo aumento do número de empregos, da produção da indústria e campo, das exportações. É o chamado Produto Interno Bruto, o famoso PIB: a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante o ano. Quando os economistas dizem que ele vai crescer menos estão dizendo que o país vai produzir em um ritmo menor, abrir menos empregos, enriquecer menos.

O Governo anunciou medidas para aumentar o dinheiro que os bancos têm para emprestar e estimular, por exemplo, a venda de carros ou eletrodomésticos. Como o anúncio foi na sexta (25) ele ainda não foi considerado nas previsões divulgadas hoje.

“As medidas são positivas. São medidas que tendem a animar a economia. No entanto, não são medidas que sozinhas vão mudar o rumo. Para mudar o rumo o investimento tem que vir, a produtividade tem que aumentar. Com isso, o PIB aumenta. Aí com o PIB aumentando a renda aumenta e aí o consumo vai atrás”, diz o economista chefe do Itaú-BBA Ilan Godfjan.

Fonte: Jornal Nacional.