A startup israelense Belkin Vision recebeu aprovação da FDA para um dispositivo que desenvolveu para tratar uma doença que é considerada a segunda causa de cegueira no mundo.
O dispositivo “Eagle”, desenvolvido pela Belkin Visio, fornece uma primeira solução de tratamento para a doença do glaucoma a laser.
“Ao contrário do tratamento a laser que existe hoje, o aparelho que desenvolvemos é muito acessível e permite uma solução em um procedimento curto e sem contato com o olho”, explica Daria Leman Blumenthal, CEO da empresa.
Glaucoma é o nome de um grupo de doenças que causa danos irreversíveis ao nervo óptico, sendo a segunda causa de cegueira no mundo. A doença também é conhecida como “ladrão silencioso da visão”, porque a perda surge em estágios avançados, quando o quadro já é irreversível, e porque geralmente não é acompanhada de dor, o que faz com que os pacientes desconheçam a existência da doença até o momento em que piora.
“A doença afeta o campo de visão, que vai diminuindo gradativamente, e fica difícil a pessoa perceber porque é feito em pequenos passos. Quando o paciente percebe que seu campo de visão está estreito, já é tarde demais e é impossível reverter a situação”, acrescentou Blumenthal.
A doença afeta aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo o mundo, e mais de 3,6 milhões de pacientes são diagnosticados somente nos EUA, o que levou à aprovação do dispositivo pelo FDA, que permite o tratamento a laser. Automático, sem contato e não invasivo para os pacientes, ele é um grande avanço no tratamento do glaucoma.
Segundo a empresa “ainda não há como curar a doença, por isso é muito importante tratá-la no momento do diagnóstico. Além disso, é de vital importância fazer o teste todos os anos a partir dos 40 anos, ou até antes, no caso de quem tem histórico familiar da doença”.
A maioria dos médicos sugere, atualmente, o uso de colírios como primeiro tratamento para a doença. Mas embora seja um tratamento eficaz, não é necessariamente confortável ou melhor para a saúde do paciente. Blumenthal disse que “é uma doença crônica, e não é como um tratamento com antibióticos que dura alguns dias. A doença exige o uso de colírios todos os dias, até várias vezes. Portanto, a adesão ao tratamento é baixa e tem muitos problemas, que se devem, entre outras coisas, ao esquecimento dos pacientes de colocar o colírio, ou porque apresentam efeitos colaterais diversos.
O desenvolvimento da empresa é, na verdade, um substituto ao tratamento tradicional a laser (SLT), no qual uma lente especial deve ser colocada no olho do paciente e girada por cinco a dez minutos.
“Até hoje não havia outra solução prática, mas o laser é uma excelente solução”, disse Blumenthal. “Quando o médico está com a agenda muito ocupada na clínica, ele não sai para fazer um tratamento a laser que dura alguns minutos, simplesmente prescreve ao paciente um colírio. Nosso laser aborda a questão da acessibilidade, que é a nosso grande vantagem. O tratamento é feito de acordo com o critério do médico e em geral os tratamentos a laser têm sucesso em 80% dos casos”, explicou.
Segundo ela, “se o primeiro tratamento não foi eficaz, pode ser tratado novamente dois a três meses depois e, dependendo da decisão do médico, pode ser tratado conforme necessário”.
Blumenthal afirmou que o dispositivo desenvolvido apresenta “vantagens significativas também no tratamento do glaucoma de ângulo estreito, muito comum em pacientes asiáticos devido ao ângulo oblíquo do olho”.
Em maio de 2022, a empresa recebeu aprovação de distribuição do dispositivo Eagle na Europa e desde então opera em vários países, incluindo Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e Polônia.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet