Israel se tornou o país das invenções. O país tem mais startups de tecnologia e profissionais de pesquisa e desenvolvimento do que qualquer outro país no mundo.
Avanços na tecnologia médica têm salvo vidas ao redor do mundo, incluindo a do ex-congressista americano Gabrielle Giffords, que recebeu uma moderna bandagem elástica em ferimentos na cabeça.
Segundo Marcella Rosen, autora do livro “Dynamo minúsculo: Como um dos menores países do mundo produz algumas de nossas mais importantes invenções”, as “invenções israelenses têm se proliferado e prosperado pelo mundo”.
O exemplo do progresso tecnológico israelense pode ser visto na prática. Há poucas semanas o Google adquiriu o serviço israelense on-line de mapeamento Waze por 1,1 bilhões de dólares. A aquisição relembra o acordo de 1998, em que a America Online comprou o popular programa de mensagens instantâneas ICQ, da startup israelense Mirabilis, por cerca de 400 milhões de dólares.
Cerca de 63 empresas israelenses estão registradas na NASDAQ, o que garantiu ao país o topo da lista. Em Israel, 140 pessoas em cada 10 mil trabalham na área de pesquisa e desenvolvimento, uma vantagem considerável sobre os Estados Unidos, que vem em segundo lugar no mundo, com 85 pessoas por 10 mil trabalhadores.
No livro de Rosen, ela explora o sucesso de 21 invenções israelenses, incluindo a tecnologia de IceCure, um novo processo de remoção de tumores de mama.
De acordo com a publicação do The Economist, Israel tem mais startups de tecnologia e uma indústria de capital de risco com maior per capita do que qualquer outro país do mundo.
Motivo do crescimento israelense
Como é que um dos menores países do mundo está produzindo algumas das nossas mais importantes invenções? Rosen disse que a resposta não é simples, mas ela disse que grande parte da população imigrante do país, de mais de 70 nações, e as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão relacionadas a esse nicho de mercado.
“Não acho que haja uma resposta, pelo menos não uma única resposta. Talvez os fatos simplesmente falem por si só”.
Dan Senor, um ex-oficial da política externa dos EUA, e Saul Singer, colunista do The Jerusalem Post, chamaram a política de imigração aberta de “fábrica de ideias”, em seu livro “Nação Start-up, A História do Milagre Econômico de Israel”.
“Os imigrantes não são avessos a começar do zero. Desde sobreviventes do Holocausto até judeus etíopes, o Estado de Israel nunca deixou de ser um país de imigração”, afirmam trechos da obra.
Senor e Singer também disseram que o IDF promove a criatividade e inteligência dos jovens que cumprem o serviço obrigatório por dois anos. Os escritores dizem que o serviço militar dá aos jovens um senso de responsabilidade. O pensamento criativo é estimulado no ambiente relativamente não-hierárquico.
Hezi Himmelfarb, CEO da IceCure, uma empresa israelense que desenvolveu tecnologia de ponta para a remoção de tumores de mama, também defende a atuação do serviço militar obrigatório israelense. Ele disse que o gosto pela aventura desenvolvido no IDF pode ajudar a expandir as mentes dos jovens: “Meu filho, após o serviço militar, não se apressou para a universidade. Ele voou para a América do Sul para experimentar novas aventuras”.
Exemplo de uma startup de sucesso
Himmelfarb explicou que o desenvolvimento da IceCure começou em uma incubadora de pesquisas em 2006. Cientistas iniciaram o método de congelamento de um tumor da mama utilizando gás arrefecido de alta pressão. Este método tinha sido utilizado desde os anos 1980, mas era necessário anestesia geral e a paciente sofria riscos de deformar a mama.
A startup substituiu o gás pelo azoto líquido, o que fez a diferença. Tornou-o compacto o suficiente para caber em um consultório médico e o paciente precisou passar apenas por uma anestesia local. O processo mata o tecido tumoral e “uma vez que ele está morto, o corpo sabe como se livrar dele”, disse ele.
Visão dos países vizinhos sobre o crescimento das startups israelenses
O ex-primeiro-ministro palestino Salam Fayyad guardou em sua mesa de trabalho um exemplar de “Start-up Nation” como uma fonte de inspiração para a crescente indústria de tecnologia da Cisjordânia.
Fareed Zakaria, do canal CNN disse que a obra “é um livro que cada empresário, burocrata e político árabe deve ler”. As linhas finais do livro destacam a importância da internacionalização do conhecimento tecnológico: “enquanto Israel tem muito a aprender com o mundo, o mundo tem muito a aprender com Israel”.
Fonte: Epoch Times