Como funciona a pulseira que dedura furões da quarentena em Israel

Na mesma semana em que uma delegação oficial do governo brasileiro viajou a Israel em busca de um “milagroso” spray nasal contra a covid-19 —que passa por teste e ainda não teve a eficácia comprovada —, o país do Oriente Médio colocou em uso uma novidade que pode ajudar a conter a transmissão do coronavírus: uma pulseira eletrônica que monitora pessoas em quarentena.

A empresa israelense SuperCom, que já atua no país desde 1988 na área de segurança cibernética e soluções de rastreamento, desenvolveu em fevereiro um kit batizado de Purecare, que é composto por uma pulseira, um celular e um aparelho para ser instalado na parede de casa, atuando como monitor residencial.

O projeto-piloto foi lançado no começo de março. Cerca de 100 pessoas, que chegaram a Israel com testes de covid-19 negativos e com uma permissão especial, receberam o kit e foram mandadas para casa depois de passar por novos exames.

Hoje só entram em Israel cidadãos que estão voltando para casa ou aqueles com casos específicos, como integrantes de delegações oficiais ou times esportivos, por exemplo. Nesse caso, a entrada precisa ser aprovada previamente e há um limite de 200 pessoas por dia. Quem chega deve ficar isolado por 14 dias.

Segundo o executivo-chefe e presidente da SuperCom, Ordan Trabelsi, a pulseira só monitora se a pessoa está cumprindo a quarentena. “Se o usuário decidir quebrar as regras e deixar o isolamento, a pulseira não o rastreia fora de casa”, disse em entrevista ao The Jerusalem Post.

A SuperCom, que já foi acusada de oferecer soluções de monitoramento invasivas, diz em seu site que o Purecare “é um sistema não invasivo e amigável ao paciente que rastreia constantemente sua localização dentro de edifícios, veículos e ao ar livre”.

No caso específico da quarentena, o sistema avisa às autoridades se a pessoa se afastar do local informado para passar os 14 dias. Além disso, se a pessoa tentar tirar a pulseira, um alarme também é acionado. O aparelho é à prova d’água, permitindo que seu portador mantenha atividades cotidianas, como tomar banho, lavar louças etc.

Com o kit, as autoridades sanitárias do país esperam monitorar a circulação de pessoas que estiveram em outros países, reduzindo as chances de contágio pelo coronavírus.

Fonte: UOL

Imagem: Divulgação/SuperCom