Cientista israelense desenvolve método que pode reduzir a fome no mundo e combater a escassez de água

O biólogo Shimon Gepstein, do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion) desenvolveu um mecanismo genético para prolongar a vida das plantas – estimulando a autoprodução de um hormônio chamado citocinina – que pode incrementar o cultivo de plantas em áreas áridas e a produção de alimentos. De acordo com ele, as plantas envelhecem e morrem quando o nível desse hormônio baixa. Por intermédio do novo mecanismo, o ciclo de vida das plantas é prolongado e sua biomassa aumenta, fazendo com que elas produzam frutos mais resistentes e em maior quantidade. “Em vista da crise global dos alimentos que tende a se agravar, o mecanismo que desenvolvemos pode ser muito útil para combater a fome e também pode ser a resposta para o problema da escassez de água no planeta”, afirmou otimista.

O pesquisador conta ainda que, “por acaso”, também descobriu que as plantas que passam pela intervenção genética são mais resistentes à seca. “Esqueci de regar as plantas, na quais já havíamos aplicado o novo mecanismo hormonal, por três semanas. Elas ficaram expostas ao sol durante esse período, e quando me lembrei tive certeza que já tinham morrido. Fiquei muito surpreso ao constatar que as plantas estavam intactas, haviam sobrevivido sem água e não sofreram quaisquer transformações”. Gepstein garante que esse tipo de intervenção genética não é prejudicial à saúde humana. “Concordo que a intervenção genética muitas vezes é complicada e pode ser prejudicial à saúde, principalmente quando se introduz hormônios estranhos às plantas, mas neste caso não interferimos na estrutura da própria planta, apenas estimulamos as plantas a produzirem, por si mesmas, um hormônio que elas já têm”, explica. O departamento de Biologia do Technion já fez experiências com o “hormônio da juventude” em plantas de tabaco, arroz, tomate e trigo. Todas elas foram bem sucedidas.

Fonte: BBC Brasil e Alef News