As Fintechs, start ups que oferecem serviços financeiros e se diferenciam pelas facilidades proporcionadas pela tecnologia e pela internet já são uma realidade no Brasil e no mundo e podem representar um grande desafio para os bancos.
Para debater este tema extremamente atual, a Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria reuniu três experts em empreendedorismo: Anderson Thees, da RedPoint e-Ventures, Guilherme Horn, da Accenture e Marcelo Blay, da Minuto Seguros, que participaram do debate Fintechs: ameaça ou oportunidades?, no dia 31 de outubro, na Unibes Cultural.
À frente da Redpoint eventures, desde 2012, Anderson Thees se tornou um dos principais e cobiçados investidores do mercado de inovação do país. Para ele, o momento é muito propício para o Mercado de TI no Brasil. “Vale destacar que São Paulo aparece como a 12a cidade emergente de acordo com o “Global Start Up Ecosystem Ranking”, sendo que Tel Aviv ocupa a quinta posição. Investir em TI pode ser uma ameaça ou uma oportunidade. No caso das Fintechs, posso dizer que elas representam 1/3 de risco para os bancos, e 2/3 de oportunidades. Apesar da crise, muitas empresas se beneficiaram por que conseguem trazer eficiência.
Guilherme Horn é o chief innovation officer da consultoria global Accenture no Brasil. Foi um dos pioneiros do Mercado de Fin Tech quando esta denominação ainda nem existia. Fundou a corretora online Ágora, que foi vendida para o Bradesco por cerca de R$ 1 bilhão de reais e tambem a Órama, primeira loja online independente de fundos do Brasil e que foi considerada a Fintech mais inovadora do mundo. “ Hoje o mundo digital conta com milhares de micro-produtos para segmentos específicos. A mesma coisa acontece com os bancos. Ja temos start ups oferecendo tudo o que estas instituições disponibilizam. A fragmentação é uma oportunidade para os bancos trazerem as Fintechs para seus ambientes. Você não precisa ir até a agência, ela está no seu mobile. O mesmo acontece com os serviços financeiros.”
O desejo de empreender após anos em grandes empresas foi um dos motivos principais para a criação da Minuto Seguros, destacou seu fundador, Marcelo Blay. “Já sabíamos de iniciativas bem sucedidas e avançadas em mercados mais evoluídos do mundo e pensamos que seria uma aposta válida por aqui. O processo envolveu ações como pesquisa de mercado, elaboração de um detalhado plano de negócios de longo prazo, criação e desenvolvimento da página, contratação de colaboradores, treinamento, escolha e montagem de espaço físico e de infraestrutura tecnológica. Um dos grandes diferenciais da empresa, está no conceito multicanal pois, segundo Marcelo, o cliente precisa ter um suporte telefônico para concretizar a venda. “Quando iniciamos a Minuto Seguros, muitas corretoras se sentiram ameaçadas, mas o que aconteceu de fato, foi que acabamos trazendo para o mercado muitas pessoas que nunca tiveram seguro”, afirmou.
Após compartilharem suas experiências Anderson, Guilherme e Marcelo, responderam às perguntas do publico e deram um ótimo conselho para quem pensa em empreender: “O que faz a diferença para o empreendedor, não é simplesmente uma boa ideia, mas sim a capacidade de saber como fazer”.
O presidente da Câmara Brasil-Israel, Jayme Blay, comemorou mais um evento de sucesso. “Estamos sempre atentos aos temas da atualidade e hoje tivemos a grande oportunidade de compartilhar da experiência de três grandes experts em inovação”.