Evento contou com a presença do economista Ilan Goldfajn e do Embaixador Reda Mansour
A Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, a Missão Econômica de Israel no Brasil e o Consulado Geral de Israel em São Paulo, promoveram nesta terça-feira, 18 de Novembro, o “Encontro Anual de Empresas Israelenses no Brasil.
O evento teve a participação de mais de 60 representantes de empresas israelenses que atuam no país e contou com pronunciamentos do Embaixador de Israel no Brasil, Reda Mansour, do chefe da Missão Econômica de Israel no Brasil, Boaz Albaranes, do presidente da Câmara Brasil Israel de Comercio e Indústria, Jayme Blay e palestra do economista chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, que falou sobre “Perspectivas mundiais e do Brasil”.
O Embaixador de Israel no Brasil, Reda Mansour, abriu o evento agradecendo aos presentes e destacando a oportunidade de que sejam incrementados os negócios entre Brasil e Israel. “Cheguei ao país há dois meses, logo após uma pequena crise diplomática entre Brasil e Israel, mas sinto que estamos à frente de um ano muito positivo com potencial de crescimento. Os dois países tem economias complementares, e apesar de estarmos distantes um do outro, temos um DNA semelhante. A comunidade judaica brasileira é muito forte, ativa e sionista. Para onde você olhar encontrará conexões entre Brasil e Israel, e isso é muito importante na hora do business ”, destacou.
“O governo israelense está pronto para investir no Brasil, e nós, da Missão Econômica estamos aqui para dar todo apoio às empresas israelenses”, frisou Boaz Albaranes, Adido Econômico de Israel no Brasil. Ele deu detalhes sobre as atuais ferramentas para desenvolver o comércio entre Brasil e Israel, com enfoque nos acordos comerciais e nas áreas de pesquisa, inovação e desenvolvimento entre os dois países.
O presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, Jayme Blay, discursou sobre os 55 anos de existência, da Cambici, que se tornou uma das mais ativas e expressivas câmaras israelenses no mundo e que nos últimos anos realizou eventos com diversas personalidades de renome como: Alexandre Tombini, Luciano Coutinho, Henrique Meirelles, José Batista Jr e Roberto Rodrigues, além de receber israelenses ilustres como Jon Medved, Chemi Peres e Saul Singer, entre outros. “A atual postura política do Brasil, somada às três preocupações destacadas – o movimento de boicote, o posicionamento do Itamaraty e a balança comercial desfavorável, torna evidente que o apoio das empresas israelenses à Câmara deixa de ser uma opção e torna-se uma obrigação. A deterioração do ambiente institucional, pode trazer dificuldades para as empresas israelenses em nosso país”, frisou.
Ilan Goldfajn, economista chefe do Banco Itaú-Unibanco, traçou um panorama sobre a economia e o que está por vir após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, esta foi uma das eleições mais divididas em termos de visões, paixões e resultados, com um lado convicto de que são necessárias mudanças e o outro achando que o momento é de continuidade. “Temos visões extremas, para possíveis cenários. No primeiro o Brasil não cresceu o suficiente, o governo reconhece que tem um problema e que o país precisa de mudanças que serão realizadas antes que a situação comece a deteriorar. No segundo, o governo opta por não mudar nada, o que poderá gerar uma crise com a consequente perda do grau de investimento. Porém, o cenário mais provável é de que serão feitos ajustes mínimos com o corte de despesas e de isenções e um aumento nas contribuições, onde a inflação não dispara, mas também não cai e os juros devem ficar em torno de 12% ao ano”.
Porém para os empresários, a notícia é boa: “há um espaço para o crescimento através do ganho de mercado (market share). A inovação vai dar o tom no próximo ano e as empresas precisam encontrar novas formas de manter o lucro com base na eficiência para obter o ganho de produtividade. Quem sabe antes do PIB se recuperar, as empresas já tenham feito o seu dever de casa”, finalizou Goldfajn.
Após os discursos e as palestras, os empresários participaram de mesas redondas onde puderam incrementar o networking e quem sabe encontrar novos parceiros comerciais.
