A startup israelense Wibbitz arranjou um jeito original de recriar conteúdos para o usuário que tem pouco tempo disponível. A empresa processa os textos de notícias em pequenos vídeos narrados, cheios de gráficos, imagens e música. Tudo de forma automática, sem envolvimento humano.
O aplicativo entrou para a lista dos “melhores de 2013” da loja iTunes, da Apple, e já recebeu duas rodadas de investimento.
Ontem, no Mobile World Congress (MWC), maior encontro do setor de telecomunicações do ano, o cofundador e diretor-executivo da empresa Zohan Dayan anunciou que o aplicativo terá versão em português até o fim do ano, além de incorporar o espanhol desde já.
Durante o evento, a empresa participou de uma competição de pitch, como são chamadas as apresentações que uma startup faz para investidores, e foi considerada a melhor do evento.
Segundo Paul Lee, diretor de pesquisa da consultoria Deloitte, a brincadeira tem rendido bons resultados para os competidores. “Tratam-se de startups que escolhemos e que já estão bem encaminhadas no mercado. Colocamos as empresas aqui para serem vistas também pelo público, e isso tem rendido bons negócios.”
No caso do Wibbitz, a empresa começa a gerar os frutos de um investimento de US$ 2,5 milhões recebido em maio de 2012 da Horizons Ventures, criada pelo bilionário chinês Li Ka Shing. Em 2010, o negócio já havia recebido um investimento de cerca de US$ 450 mil da Initial Capital, que atua exclusivamente em Israel e no Brasil.
“Fui algumas vezes ao Brasil. Vocês têm um mercado que me interessa muito, tem bastante potencial e pode ser muito importante para o Wibbitz”, afirma Dayan. O executivo de 30 anos disse estar ansioso para ver como o mercado brasileiro deve absorver o produto, num momento que vê “muitas inovações acontecendo” no País.
Antes, o serviço de Dayan fazia a leitura apenas de títulos de reportagens e postagens de blogs. O Wibbitz evoluiu e passou a fazer o mesmo com textos inteiros. Por meio de processamento computacional, o app avalia textos, “entende” seus pontos principais, busca imagens e vídeos sobre o tema e compõe a notícia gerando gráficos a partir de dados presentes nas notícias.
Um texto que levaria 4 ou 5 minutos para ser lido, transforma-se em um vídeo de até 40 segundos. O app ganhou o prêmio de “melhor produto ou serviço de publicação” em serviços móveis na Global Mobile Awards 2014, criado pela GSMA, organizadora do MWC.
O modelo de negócio do Wibbitz está baseado em parcerias com sites e blogs, que podem exibir os vídeos resumidos para acessos de usuários que estejam usando dispositivos móveis. O vídeo seria uma alternativa, segundo Dayan, mais adequada para o consumo de notícias em celulares e tablets.
“Enquanto ainda estava na faculdade, gostava muito de ler, mas não achava cômodo acompanhar notícias pelo celular e pensei: ‘E se essas notícias viessem em um formato mais fácil? Que tal vídeo?’”, disse o israelense em sua apresentação.
Israel
Com o amigo Yotam Cohen, Zohar levou o Wibbitz para um bairro da cidade de Tel Aviv, em Israel, geralmente comparado ao Vale do Silício. O país é reconhecidamente um polo internacional de startups de tecnologia.
Segundo o livro Nação Empreendedora, Israel, com pouco mais de 5 milhões de habitantes, contabilizava em 2011 cerca de 1,1 mil startups.