Envolver a comunidade na fiscalização do trânsito, com o objetivo de mudar o comportamento dos condutores, ao invés de multar, é o objetivo de um aplicativo adotado pela Prefeitura de Porto Alegre.
Desde o dia 22 de março a prefeitura da capital gaúcha permite a todo cidadão se tornar um “agente de trânsito” em Porto Alegre. A ferramenta para essa transformação atende pelo nome de Capester, um aplicativo que permite registrar infrações em vídeos e enviar tudo diretamente para a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), que cuida do trânsito na cidade.
A ideia é o que o aplicativo, desenvolvido em parceria com uma empresa israelense, possa auxiliar na educação do trânsito e no monitoramento do tráfego.
Após baixar o app, disponível nas plataformas Android e IOS, o usuário pode registrar em vídeo as infrações de trânsito que testemunhar, sem a necessidade de cadastro e de forma anônima. Em seguida o sistema Capester envia a denúncia à EPTC. O órgão de trânsito da cidade avalia e valida o vídeo, e caso realmente seja constatada a infração uma correspondência é enviada ao condutor do veículo.
Esta correspondência apenas alertará o motorista sobre a infração cometida e, assim espera a EPTC, auxiliará na conscientização e na promoção de uma cultura do uso correto das vias públicas.
O presidente da EPTC, Marcelo Soletti, avisa: o documento não tem poder de multa e não gera cobrança posterior. “Neste primeiro momento, o nosso objetivo é conscientizar os motoristas”, explicou Soletti.
Na primeira etapa do projeto a tecnologia vai avaliar infrações como as cometidas por veículos estacionados de forma irregular em vagas especiais, sobre calçadas, invasão de faixa de segurança, entre outras.O aplicativo Capester já existe em 11 cidades em Israel, Colômbia e Polônia e, avisa a empresa que o desenvolveu, deve em breve aportar em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Só para lembrar
Em 2015 uma pesquisa realizada pela CET de São Paulo Pesquisa estimou que eram cometidas, em média, cerca de 10 milhões de infrações de trânsito por hora na capital. Organizada pelo consultor Horácio Figueira, a pesquisa comprovou que são fiscalizadas apenas 1 para cada 4.416 infrações cometidas.
Fonte: Diário do Transporte