Em muitas partes do mundo, a brisa de um AC (ar-condicionado) em um dia quente é vista como um luxo em vez de uma necessidade. A mudança climática está desequilibrando a situação. As temperaturas globais médias estão agora cerca de 1,2°C mais altas do que antes da Revolução Industrial: até meados do século, espera-se que sejam cerca de 2°C mais altas. O uso de AC, consequentemente, está prestes a disparar. Segundo uma estimativa, o número de sistemas de resfriamento de ambientes poderia quase triplicar entre agora e 2050.
No entanto, expandir esses benefícios terá um custo. A eletricidade necessária para o ar-condicionado já é responsável por mais emissões de dióxido de carbono (CO2) do que toda a indústria da aviação. Como as leis da física determinam que um grau de resfriamento consome mais energia à medida que a temperatura externa aumenta, o resfriamento adicional exigirá mais energia por unidade, arriscando um aquecimento planetário muito maior.
Diante deste cenário, algumas empresas californianas estão experimentando ativamente abordagens mais amigáveis às redes. O Beverly Hilton e o Waldorf Astoria Beverly Hills, dois hotéis de luxo perto de Los Angeles, começaram a usar os “IceBricks” projetados pela empresa israelense Nostromo.
Eles contêm centenas de cápsulas de água que podem ser congeladas quando a demanda de eletricidade é baixa e depois usadas quando é alta. Fazendo isso, a Nostromo afirma que reduzirá os custos de eletricidade para resfriamento dos hotéis em 50% e diminuirá suas emissões de carbono.
Muito mais é necessário para tornar o ar-condicionado mais barato, mais limpo e mais confiável. Mas opções inteligentes desse tipo são um bom começo. Da forma correta, manter a humanidade fresca pode não precisar ser às custas do planeta.
Fonte: Folha de S.Paulo