Lições do ecossistema israelense de startups

Algumas características do mercado israelense são frequentemente mencionadas como importantes para o vibrante cenário de startups do país. Uma delas é o investimento do governo em empresas nascentes (por meio de aportes a fundo perdido ou empréstimos sem juros, por exemplo). Outra é o treinamento recebido no Exército, do qual homens e mulheres tem que participar. Uma terceira é o foco na educação de qualidade para todos os níveis de ensino. Mas há características menos conhecidas, que também são importantes para fomentar o ecossistema de startups. Conheça três delas – e um desafio que é enfrentado mesmo em Israel.

TRÊS LIÇÕES

1. Interligar os componentes – Em Israel, o ecossistema de startups tem um senso de comunidade. O tamanho do país e a proximidade geográfica das cidades ajuda. As pessoas se conhecem e podem apresentar um investidor ou um parceiro a quem estiver procurando. “A parte do nosso evento que acontece na rua foi organizada pelos líderes da comunidade. São iniciativas que vêm da base do ecossistema”, afirma Yossi Vardi, chairman do festival DLD Tel Aviv e investidor anjo há 20 anos.

2. Aceitar (e encorajar) os erros – Quando uma startup fecha as portas, perde-se dinheiro, é claro. Mas o conhecimento e o aprendizado obtidos com a experiência são valorizados. “Nós somos beneficiados pelo fechamento de uma empresa. Daquela energia toda, saem quatro novas startups que farão melhor do que aquela que não deu certo”, afirma Avi Hasson, cientista-chefe do Ministério de Economia de Israel.

3. Respeitar ao feedback – Em Israel, ouve-se muito que as pessoas são relativamente avessas à hierarquia. Mesmo no Exército, soldados podem discordar de seus comandantes. Esse mindset se transfere à relação entre as startups e o governo. Os empreendedores são ouvidos constantemente para que as suas críticas possam virar melhorias nos programas de fomento.

UM DESAFIO

Incluir mais mulheres no ecossistema de startups e no desenvolvimento de tecnologia. Somente 20% das fundadoras de startups são mulheres. “É inaceitável que elas tenham participação baixa”, diz Hasson. “Nós queremos ter mais mentoring, mais lugares que estimulem as empreendedoras, mais exemplos.” A ideia é que elas mantenham o objetivo de estudar tecnologia desde a escola.

Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios e AlefNews