Izzy: a Netflix para conteúdo israelense

Inspirado pelo sucesso de programação local disponível na plataforma global do Netflix, como as séries “Shtisel”, “Fauda”, “The Baker and the Beauty” e “When Heroes Fly”, Josh Hoffman, judeu nascido em Los Angeles e radicado em Tel Aviv, criou a plataforma Izzy Stream Israel, que tem como proposta disponibilizar filmes e séries israelenses que não podem ser assistidos nos gigantes do mercado. 

Custando $4.99 por mês, a plataforma já contava com mais de 5 mil usuários apenas um mês após o lançamento em 2020, e a expectativa é de que este número seja dobrado mensalmente, devido a demanda, identificada por Hoffman, jornalista que fez carreira em mídias sociais e marketing digital, para conteúdo israelense em todo o mundo. 

Segundo o empreendedor, “esta era a peça que faltava, [e considerando] o grande número de talentos de Israel, não estávamos mostrando aspectos diferente da sociedade” ao resto do mundo. Assim, ele e sua equipe se dedicam a encontrar e produzir filmes de longa-metragem, séries de televisão e documentários relacionados com o país que tenham também apelo global relevante, com foco em cultura, estilos de vida e história. Assim, além de licenciar conteúdo existente de diretores, distribuidores e outros players do mercado nacional, o plano é criar conteúdo original em parceira com produtores como Keshet, Reshet, Kan e o Israel Film Fund. 

Esta trajetória é similar à da Netflix, que também produz conteúdo para sua plataforma. Segundo Hoffman, estão tentando mostrar aos cinégrafos que possuem mais poder do que no passado, e que podem ter a oportunidade de ver seu trabalho em uma plataforma para o grande público, ao invés deste permanecer relegado a festivais nacionais de difícil acesso. Isto porque, apesar de possuir fins lucrativos, a empresa também é guiada por uma missão, que é mostrar Israel. 

Assim, de acordo com o material promocional da empresa, foi criado o “bebê israelense da Netflix”, que oferece mais de 40 horas de programação divididos em cerca de cem títulos que cobrem dezenas de gêneros. Na biblioteca virtual, destacam-se filmes como “Dawn”, baseado no livro homônimo de Elie Weisel, que conta a história de um sobrevivente do holocausto que se junta ao Jewish underground, é capturado por agentes britânicos e sentenciado a morte; curta-metragens como “Asa Turns 13”, filme estudantil de 2017 sobre um jovem de um pequeno vilarejo israelense que está prestes a celebrar seu Bar Mitzvah, e as pressões que sofre de seus pais; e documentários como “Love In: Israel”, que traz seis casais de diferentes origens, religiões e orientações sexuais; e “Broken Branches”, um premiado curta lançado em 2014, sobre uma menina que deixa para trás sua família na Polônia na véspera da Segunda Guerra Mundial. Outra sugestão é  o “Blues By The Beach”, documentário de uma hora sobre o famoso bar de música ao vivo de Tel Aviv “Mike’s Place”, onde ocorreu um devastador ataque terrorista em 2003. 

O conteúdo pode ser acessado em todo o mundo, usando um browser da web em dispositivos como computadores, televisores smart, telefones e tablets. Também é possível acessar via aplicativos para Apple, Android, Amazon e Roku. 

Por fim, enquanto a popularidade de serviços de streaming, como Netflix, Amazon Prime e Apple TV deslanchou, principalmente devido às medidas de distanciamento social impostas pela pandemia, Hoffman destaca que não pretende substituir os grandes, pois a Izzy se posiciona no mercado de niche dos Israel-lovers, que podem fazer uso de dublagens em inglês, francês, russo, arábico, e espanhol. 

Fontes: Times of Israel e  NoCamels