Experimento do cultivo de mamona foi apresentado a produtores de Paranavaí

Aconteceu nesta quinta-feira, dia 19, em Paranavaí, uma reunião para tratar dos benefícios que a cultura da mamona pode trazer à região, como funciona a cultura, o mercado e quais os potenciais de ganho financeiro com a lavoura e as safras seguintes.

Estavam presentes na reunião o gerente geral da Kaiima Seeds, Alexandre Dezanet, o chefe do Polo de Pesquisa, Mateus Azevedo, representantes do Sindicato Rural de Paranavaí, que apoia a iniciativa, e produtores rurais.

A Kaiima é uma empresa israelense de genética e melhoramento de mamona, que desenvolve híbridos da planta, que aumentam a produtividade em sistemas agrícolas modernos e de grande escala. Foi ela quem apresentou o projeto à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), que o considerou viável, especialmente para a região do Arenito Caiuá, e agora está expondo aos produtores rurais.

No encontro foi apresentado o resultado de uma lavoura plantada em Guairaçá. Segundo ele, a lavoura recebeu120 mm de água no plantio e “apenas 14 mm em todo ciclo. Mesmo com grande estresse hídrico, se desenvolveu e terá alguma produção, o que nos chamou a atenção”.

A colheita é realizada entre 120 e 140 dias após a semeadura e o zoneamento indica o plantio entre setembro e março. As novas variedades são de pequeno porte e a colheita é mecanizada.

O coordenador do IDR informa que o evento teve por objetivo aproximar os atores do processo para avaliar a viabilidade da atividade. “Precisamos avançar em novos negócios e oportunidades que tragam mais segurança ao setor produtivo e estamos falando de um novo modelo de produção de mamona, totalmente mecanizado”, diz.

Ele aponta que a mamona não vai concorrer com as produções tradicionais como a mandioca e pastagem, pois “se encaixa ‘em janelas de produção’ de outras atividades”. Informa que a cultura, intercalar e usada na reforma de pastagens ou na entressafra da mandioca, por exemplo, pode trazer “benefícios em estruturação de solos, aumento da matéria orgânica, supressão de nematoides e tudo isso com pouca necessidade de água no ciclo em comparação com outras culturas”.

Além de apresentar aos produtores a alternativa agrícola, os técnicos do IDR e da Kaiima também trabalham para celebrar uma parceria com instalação de áreas experimentais nas estações de pesquisas de Paranavaí, Umuarama e Xambrê, que pertencem ao polo de Paranavaí, para avaliar o desempenho da cultura. Ainda neste mês, será realizado uma reunião entre represemntantes da Kaiima, pesquisadores do Programas de Grãos e Energia Renováveis e a gerência estadual de Inovação do IDR, para aprimorar tecnologias na mamona.

De acordo com o gerente da Kaiima, Alexandre Dezanet, a mamona “poder apresentar uma oportunidade para o Paraná, com mais foco na região Noroeste. Estamos, em conjunto com algumas parcerias e um suporte forte do IDR, sindicatos e cooperativas, trabalhando para levar a cultura da mamona ao Estado de uma forma diferente do passado”.

Segundo ele, a mamona que a Kaiima está trabalhando é desenvolvida desde 2007 e começou em Israel, com materiais híbridos de alta produtividade”. A empresa está no Brasil há cinco safras, com presente “muito forte” no Mato Grosso e Bia, onde as condições são parecidas com o Noroeste do Paraná, e mais recentemente em Goiás e Minas Gerais.

O gerente cita que a empresa dispõe de cinco híbridos comercias que “entregam de média 1.550 kg a 3.400 kg por hectare”. O preço é de quatro reais o quilo. O custo de produção por hectare atualmente está entre R$ 1.800 e R$ 2.200, já incluídos sementes, adubo e o trabalho de colheita. Com base no que está sendo produzido em outros estados a renda do produtor seria de no mínimo em torno de R$ 8 mil por. É a própria Kaiima que compra a produção.

Fonte: Diário do Nordeste